Ambiente fervoroso no Giuseppe Meazza e um final frenético para mais tarde recordar. Os homens da casa foram mostrando que queriam claramente ganhar o jogo, mas faltou-lhes acutilância e só depois de se verem em desvantagem é que chegaram ao golo. As expectativas eram altíssimas para este jogo e a etapa final acabou por não reflectir o que se passou durante a maior parte do tempo.
Primeira parte com domínio total do Inter. A equipa de Mazzari assumiu o jogo e ocupou grande parte do tempo no meio-campo adversário. O Nápoles nunca tentou chamar a bola para si e foi-se perdendo em tentativas inconsequentes. Os pupilos de Benitez foram tentando sair rápido pelas laterais ou com bolas lançadas para as costas da defesa nezarazurri. O jogo ia sendo muito canalizado pela esquerda do ataque do Inter e Dôdo ia fazendo cruzamentos a procurar Icardi, sempre sem a sequência devida do avançado. Hernanes foi sempre o mais inconformado e foi tentando resolver com iniciativas individuais. Numa dessas tentativas ia inaugurando o marcador e enviou um forte remate de pé esquerdo ao poste.
O segundo tempo arrancou com as equipas mais retraídas, mas com o Nápoles a tentar mudar o rumo do jogo. No seguimento desta entrada mais pressionante por parte dos jogadores do Nápoles, Hamsik serviu na perfeição Insigne, que, isolado, mandou ao poste e por pouco não inaugurou o marcador. No entanto, o Inter foi sempre o mais expedito e foi tentando, com as incursões de Kovacic, sempre magnífico na condução da bola, chegar mais perto da baliza. O jogo acabou por entrar num período muito morno, com as equipas a anularem-se e a mastigarem muito a bola. Nada faria esperar o que estava para vir…
O período final foi diabólico. Lançamento de Ghoulam, desacerto defensivo do Inter, Callejón apareceu sozinho e não perdoou. O espanhol fez assim o quinto golo no campeonato e inaugurou o placard. Guarín, acabado de entrar, marcou no seguimento de um canto marcado por Dôdo e desviado por Icardi. A partir daqui o jogo “partiu-se” por completo e as equipas foram à procura do golo da vitória. O Nápoles assumiu a frente da corrida e voltou a marcar pelo inevitável Callejón. Quando se esperava que o jogo estivesse morto, os jogadores nezazurri acabaram por demonstrar que enquanto se está lá dentro tudo é possível. Hernanes (quem mais?) a corresponder a nova assistência de Dôdo com um cabeceamento fulminante que só acabou no fundo das malhas. O empate estava consumado e os pontos saíram divididos pelas equipas.
Já era sabido que o jogo teria uma grande imprevisibilidade, mas o Inter tentou chamar a si a responsabilidade do jogo. O resultado é injusto e o Nápoles acabou por ser o principal beneficiado.
A Figura
José Callejón – A alma da equipa. Muito competente a ajudar nas tarefas defensivas e sempre com acerto no ataque. Os dois golos são o ponto alto de mais um jogo muito bem conseguido.
O Fora-de-Jogo
Marek Hamsik – Nula. A palavra que melhor descreve a prestação do eslovaco neste jogo. Sem pegar na batuta do jogo e sempre muito escondido, ficou muito aquém das expectativas.