FC Porto 2-1 Athletic Bilbao: Lamber as feridas

    tinta azul em fundo brando pedro nuno silva

    Noite de Liga dos Campeões, noite de afogar as mágoas depois do jogo traumatizante de sábado. Lopetegui obviamente mexeu na equipa e entraram para o onze inicial Fabiano, Alex Sandro, Martins Indi, Brahimi e Tello.

    O Porto entrou pressionante, com marcações mais fortes e com mais entreajuda entre jogadoes. Não arriscou tanto nos passes transversais mas continuou a demonstrar lacunas na circulação de bola. A transição defesa-ataque continua a ser um pouco deficiente e não muito rápida e a dificuldade de circulação no meio-campo é uma constante. Mas o cenário mudava assim que a bola chegava aos homens da frente – Tello estava com o turbo ligado e Quintero calçou as chuteiras de porcelana. Brahimi não esteve muito eloquente mas foi dando sequência às jogadas contruídas, assim como Jackson. Então o que estava realmente diferente em relação ao último jogo? A forma de fazer as transicções.

    Tello afirmou-se como o motor da equipa e o Porto jogou com passes directos para os alas ou para o pivot Jackson – teve, portanto, uma abordagem muito mais virada para o jogo directo. Parece ser esta a solução portista. Com centrais muito recuados e com lacunas técnicas, com médios que não sustêm a bola como Casemiro e Herrera, e com extremos rápidos em que a principal arma é o sprint (mais para Tello,  dado que Brahimi joga de forma diferente) o futuro do Porto parece ser um 4-3-3 de transições velozes e não um 4-3-3 de posse e circulação, tal como Lopetegui queria (e, parece-me, como os portistas queriam também).

    Ao longo da primeira parte foram surgindo diversas oportunidades para os portistas mas o jogo nunca esteve controlado – mais uma recorrente desta época – e foi sem surpresa que o Athletic Bilbao foi criando perigo com uma bola no poste de Fabiano. No entanto, quem dispõe de jogadores como Quintero tem magia assegurada e num passe a rasgar à entrada da área, descobrindo Herrera, o mexicano fez o primeiro para o Porto. Que talento tem Quintero!, quem melhor que ele rasga uma defesa com fintas e passes curtos?

    destaque
    Ricardo Quaresma voltou a brilhar e foi decisivo na vitória do FC Porto
    Fonte: marca.com

    A segunda parte arrancou com o Atlhetic Bilbao pressionante, o que expôs as fragilidades dos nossos centrais e médios. Muitos passes falhados, más decisões e ataque pouco apoiado. Assusta a facilidade com que uma equipa anula o Porto, sendo tão fácil provocar o erro nos nossos jogadores e expor as lacunas individuais. Como resolver este problema que é não jogarmos um futebol apoiado? Cabe ao treinador responder desta vez.

    Foi fruto de mais um erro individual que surgiu o golo da equipa espanhola – aliás, já é norma oferecer pelo menos um golo ao adversário. Herrera em mais um passe disparatado e Casemiro (não estará com peso a mais?) sem velocidade deram a bola ao Athletic que num contra-ataque curto e rápido chegou à igualdade no marcador. Lopetegui retirou Quintero e Casemiro, entrando Ruben Neves e Quaresma. O Dragão aplaudiu o ‘Harry Potter’ – é interessante ver que os adeptos recompensam sempre quem gosta do clube – e Quaresma não se coíbe de o demonstrar, sendo algo que agrada – são precisos mais jogadores que sintam o clube, que saibam o que significa a derrota para os portistas. E foi Quaresma que mexeu com o jogo: cheio de vontade de ajudar, deu novo fôlego aos Dragões e num golpe de cinema o filho pródigo marcou. Estava feito o 2-1 e reposta a justiça depois de termos perdoado alguns golos aos Bascos. Restava então primeiro segurar a vantagem e depois tentar alargá-la – conseguimos a primeira e foi o suficiente.

    Com alguns sustos lá pelo meio e com golos falhados da nossa parte, o certo é que a vitória ficou no Dragão e deixa o Porto com 7 pontos e a passagem muito mais perto. Somos uma equipa de Liga dos Campeões e não de Liga Europa – aqui lambemos as nossas feridas porque as grandes equipas querem os grandes palcos.

     

    A Figura

    Quaresma – Fez-lhe bem o banco: entrou com muita vontade, como já não lhe víamos há muito. Espero que mantenha o ímpeto, pois o Porto precisa de um Quaresma líder ao mais alto nível.

     

    O Fora-de-Jogo

    Casemiro – Não fez um jogo tão mau como contra o Sporting mas continua a falhar, a fazer entradas duras e a demonstrar dificuldade em reagir rápido. Parece fora de forma.

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    Pedro Nuno Silva
    Pedro Nuno Silva
    Portista de corpo e alma desde que se conhece e amante de futebol, quando o assunto é FC Porto luta para que no meio do coração lhe sobre a razão.                                                                                                                                                 O Pedro não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.