Novak Djokovic, um justo vencedor

    cab ténis

    Eram altas as expectativas para o Masters de Londres, no entanto parece-me que não foram, de todo, correspondidas. O sorteio ditou que o grupo A seria constituído por: Novak Djokovic, Stan Wawrinka, Tomas Berdych e Marin Cilic. Por sua vez o grupo B teria como protagonistas Roger Federer, Andy Murray, Kei Nishikori e Milos Raonic.

    Para além da luta pela posição cimeira no ranking – relembro que “bastava” ao sérvio vencer os três encontros da fase de grupos para a assegurar – havia outros motivos de interesse que o torneio Londrino nos apresentava. As estreias de Kei Nishikori, Milos Raonic e Marin Cilic, a subida de forma de Andy Murray, o mau momento de Stan Wawrinka eram só alguns dos pontos de interesse do Barclays ATP World Tour Finals.

    As surpresas começaram logo no primeiro dia de competição. Andy Murray, que vinha a subir de forma, perdeu em straight sets para Kei Nishikori. O Japonês nem teve de jogar o seu melhor ténis, pois o pupilo de Amelie Mauresmo apresentou um ténis miserável. Esta era a primeira grande surpresa do torneio britânico. No mesmo dia, Roger Federer vingou-se da derrota sofrida na semana anterior frente a Milos Raonic. Outra das grandes surpresas da semana foi a vitória de Stan Wawrinka frente a Tomas Berdych. O suíço bateu o Checo por duplo 6-1 em apenas 58 minutos. Quero ainda destacar o corretivo que Roger Federer aplicou em Andy Murray, batendo-o por 6-0 e 6-1. Nos restantes encontros as hierarquias pré- estabelecidas foram respeitadas e não houve lugar a grandes surpresas.

    Para as meias-finais seguiram Novak Djokovic, já com a posição de número 1 do mundo assegurada, Roger Federer, Kei Nishikori, ocupando o lugar que, teoricamente, seria de Andy Murray e ainda Stan Wawrinka, no meu ver a grande surpresa destes 4.

    A primeira das meias-finais opôs Djokovic frente a Kei Nishikori. Apesar do head2 head ser equilibrado, 3-2 favorável ao número 1 mundial, esperava-se uma vitória em dois sets do pupilo de Marian Vajda. Contudo, e após um primeiro set onde o sérvio dominou por completo, Nishikori conseguiu mesmo arrecadar o segundo e encaminhar a partida para uma terceira e decisiva partida. O japonês ainda dispôs de 2 pontos de break logo no início do set, mas Djokovic acabou por conseguir impor o seu ténis e aplicou mesmo uma rodinha de bicicleta. Este era, até ao momento, o melhor encontro do torneio.

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    Novak Djokovic foi o grande vencedor
    Fonte: flickr. com

    A segunda meia-final era um encontro 100% suíço e punha frente a frente, obviamente, Roger Federer e Stan Wawrinka. Wawrinka, treinado por Magnus Norman, que venceu o primeiro set muito à custa da percentagem de pontos ganhos no primeiro serviço (100%) e de alguns erros incaracterísticos de Roger Federer, acabaria mesmo por ceder o segundo parcial por 7-5. O mais novo dos Suíços até começou melhor o terceiro set, quebrando o serviço de Federer. Depois de dispor de quatro match points, e pelo meio ainda teve uma discussão com Mirka Federer, Wawrinka acabaria por ser derrotado, num emocionante tie-break, pelo seu companheiro e amigo Roger Federer.

    A final que todos queriam ia mesmo realizar-se. Roger Federer, favorito do público Londrino, ia defrontar Novak Djokovic, favorito à conquista do torneio. Logo após o encontro da meia-final entre Federer e Stan comentei com alguns amigos sobre o estado físico em que se encontraria Federer e que prioridade iria dar ao Masters, torneio que já venceu inúmeras vezes, ao invés da taça Davis, competição que nunca conseguiu conquistar. A resposta veio no dia seguinte. Roger Federer optou por não jogar a final frente a Novak Djokovic. Sem querer pôr em causa o profissionalismo de Federer, era previsível que o suíço não jogasse o encontro frente a Djokovic. A questão física, aliada aos compromissos da taça Davis no fim-de-semana seguinte, assim o ditara.

     

    Para terminar, gostaria de retirar algumas conclusões do torneio que encerra a temporada tenística, pelo menos a nível individual.

    Surpresas pela positiva – Kei Nishikori/Stan Wawrinka

    O japonês corou uma excelente temporada com o acesso às meias-finais do Masters onde poderia muito bem ter eliminado Novak Djokovic. Nishikori tem vindo a subir consistentemente no ranking, será que na próxima época também o conseguirá?

    Wawrinka vinha num péssimo momento de forma, no entanto apareceu em Londres a jogar um bom ténis e proporcionou-nos o melhor encontro da semana frente a Roger Federer. A defesa do título conquistado em Melbourne é o objetivo seguinte.

    Desilusão – Andy Murray/Marin Cilic

    Murray vinha num crescente de forma e esperava-se que o Masters fosse o coroar disso mesmo, contudo a derrota frente a Kei Nishikori pareceu ter deixado marcas. A tareia aplicada por Roger Federer não deve ter sido nada fácil de digerir.

    Contrariamente a Wawrinka, o Croata vinha a jogar um bom ténis, nem sequer tinha jogado em Páris para, suponho eu, preparar o Masters. O ténis apresentado foi miserável, esperava-se mais do atual campeão do US OPEN.

    A confirmação – Novak Djokovic

    O sérvio apresentou-se numa excelente forma e é um justo e previsível vencedor. Djokovic foi o jogador mais consistente ao longo de toda a temporada, por isso mesmo é com inteira justiça que termina o ano na posição cimeira do ranking mundial.

    Resta-nos agora aguardar uma emocionante final da Taça Davis.

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    Duarte Pereira da Silva
    Duarte Pereira da Silva
    Do ciclismo ao futebol, passando pelo futsal ou o andebol, quase todos os desportos apaixonam o Duarte. Mas a sua especialidade é o ténis, modalidade que praticou durante 9 anos.                                                                                                                                                 O Duarte escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.