Vitória de Guimarães: Conquistadores confortáveis no grupo da frente

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    À entrada para esta época, o Vitória era um dos crónicos candidatos a andar na primeira metade da tabela, lutando pelo acesso às provas europeias da próxima temporada. A estrutura mantém-se, esta é a quarta época em que Rui Vitória está à frente do clube e o presidente Júlio Mendes também se manteve em funções, afastando os rumores de uma possível candidatura à Liga de Clubes.

    Em relação ao plantel, o técnico soube colmatar algumas perdas importantes, como Paulo Oliveira, que agora é titular indiscutível em Alvalade, Marco Matias, que foi para o Nacional, um dos capitães, Leonel Olímpio, que foi jogar para o Sheriff, da Moldávia, ou o possante avançado Moussa Maazou, que se transferiu para o Marítimo. Chegaram valores desconhecidos para a maioria do público como Bruno Gaspar, vindo do Benfica B,  João Afonso, que se destacou pelo Benfica e Castelo Branco no play-off de promoção à 2ªLiga frente aos “bês” do Vitória, Bouba Saré, que, apesar dos seus 24 anos, já tem 4 títulos em campeonatos de outros países no palmarés, além de jogadores que têm sido muito importantes e vieram da equipa B, como Bernard, Hernâni ou Alex.

    Esta equipa B tem tido um papel importantíssimo no fornecimento de jogadores à equipa principal, e a promoção no Campeonato Nacional de Seniores da temporada passada permitiu que alguns elementos se destacassem, como são excelentes exemplos disso estes três jovens que mencionei, todos eles habitualmente titulares nesta época.

    O Vitória iniciou a temporada muito bem, com três triunfos folgados nas três primeiras jornadas (Gil Vicente fora, Penafiel em casa e Belenenses fora), seguindo-se dois empates no Estádio D.Afonso Henriques, frente ao FC Porto e ao Paços de Ferreira, outra equipa que está a fazer uma excelente campanha e que, neste campeonato, apenas perdeu frente a “águias” e “dragões”.

    Porém, depois destes empates, veio um jogo horrível, selado com uma goleada sofrida frente ao Marítimo nos Barreiros (4-0). Depois deste encontro, Rui Vitória fez algumas mudanças cirúrgicas no onze habitual. Nii Plange, originalmente extremo, vinha sendo o lateral direito, mas a partir do encontro seguinte (vitória por 3-0 em casa frente ao Boavista), cedeu o seu lugar a Bruno Gaspar, que se tem cotado como uma das boas surpresas da nossa Liga. João Afonso já tinha assumido o lugar que foi inicialmente de Moreno, quando este se lesionou na segunda jornada. Mas creio que a mudança mais importante foi no meio-campo. André André e Bernard mantiveram-se, mas Cafú, titular nos seis jogos anteriores, perdeu o lugar para Bouba Saré. O jogador costa-marfinense tem características mais defensivas e permite que André André, uma das figuras da equipa, tenha mais liberdade para ações ofensivas, ao invés do que se passava quando era Cafú que figurava nas primeiras escolhas do técnico. A troca não se justifica tanto pela qualidade dos jogadores em si, mas sim pelo que cada um pode dar à equipa nos diferentes momentos do jogo.

    Depois de derrotar o Boavista, o Moura para a Taça de Portugal e o Setúbal, no Bonfim, para a Liga, chegava mais um teste duro para os homens de Guimarães, a receção ao Sporting. Contudo, os vimaranenses manietaram completamente o conjunto de Alvalade e aplicaram uma vitória por números expressivos (3-0), confirmando-se assim como uma das equipas temíveis deste campeonato. A vitória arrancada a ferros no jogo seguinte, em Arouca, até deu a liderança por algumas horas aos vimaranenses (até o Benfica jogar e recuperar o primeiro lugar). Neste fim de semana, chegou uma derrota injusta, em casa, frente ao grande rival de Braga, e que significou logo o afastamento da Taça de Portugal.

    Vitória já recebeu Sporting e FC Porto, mas continua sem perder em casa no campeonato. Fonte: Facebook Vitória SC
    Vitória já recebeu Sporting e FC Porto, mas continua sem perder em casa no campeonato.
    Fonte: Facebook Vitória SC

    Que consequências terá este desaire para a caminhada vitoriosa da equipa? Penso que poucas. O treinador Rui Vitória já deu imensas provas da sua qualidade e de como também sabe mexer com o fator psicológico dos seus atletas, portanto, creio que esta derrota será ultrapassada nos jogos que se aproximam, sendo que os próximos dois serão embates frente  com equipas da mesma região (Moreirense em casa e a deslocação a Braga, tentando vingar o resultado negativo deste domingo).

    Hernâni e André André têm sido as grandes figuras da equipa, que, é bom recordar, tem neste momento lesionados o habitual titular da baliza (Douglas) e os dois centrais que iniciaram o campeonato (Defendi e Moreno). Hernâni tem feito a cabeça em água aos laterais esquerdos que lhe aparecem pela frente e já apontou três golos na Liga. A velocidade é a sua principal arma, aliada a uma capacidade técnica também acima da média. Já André André, um dos capitães de equipa, é uma peça absolutamente fulcral no meio-campo vitoriano. Muito forte nas recuperações de bola e na pressão sobre os adversários, lê muito bem o jogo e coloca sempre muita garra e espírito de sacríficio dentro das quatro linhas, sendo também um dos preferidos da exigente massa associativa dos Conquistadores.

    A estes dois nomes penso que também é justo acrescentar como elementos de destaque João Afonso e Bernard. O central até já foi falado para o Sporting (penso que seria uma excelente compra dos leões, que já lá foram buscar Paulo Oliveira neste verão), é forte no jogo aéreo e tem um bom sentido de posicionamento. Bernard ainda tem de continuar a crescer, mas a sua capacidade técnica e a facilidade que tem em transportar a bola para o ataque também já atraíram a atenção de clubes de maior nomeada.

    O Vitória tem estado muito bem até agora e se não saírem elementos importantes em janeiro penso que tem todas as condições para garantir o acesso às competições europeias.

    Foto de capa: Facebook do Vitória SC

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    Diogo Janeiro Oliveira
    Diogo Janeiro Oliveira
    Apaixonado por futebol, antes dos livros da escola primária já lia jornais desportivos. Seja nas tardes intermináveis a jogar, nas horas passadas no FIFA ou a ver jogos, o futebol está sempre presente. Snooker, futsal e andebol são outras paixões. Em Portugal torce pelo Sporting; lá fora é o Barcelona que lhe enche as medidas. Também sonha ver o Farense de volta à primeira…                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.