Benfica 1-2 Sp. Braga: Eficácia para o bem e para o mal

    raçaquerer

    A chave do sucesso que levou à vitória de domingo no Dragão esteve hoje do lado adversário: o Braga mostrou eficácia (marcou dois golos em três remates à baliza) e abriu as portas dos quartos-de-final da Taça de Portugal. A entrada desconcentrada do Benfica na segunda parte acabou por ditar o desfecho da partida, que terminou com um resultado injusto.

    Confirmada a indisponibilidade de Luisão, cuja ausência se viria a notar, avançou, sem surpresa, César para o lado de Jardel. A ausência de Samaris, substituído por Cristante no onze, teve igualmente peso na manobra da equipa: o jogador grego tem vindo a ganhar a consciência tática que Jorge Jesus tanto pede e o seu rendimento tem vindo a subir; é também criticável a noção de evolução que o nosso treinador tem para Cristante, já que não é primeira vez que este jogador é lançado num jogo de grau de dificuldade mais elevado (já tinha acontecido em Leverkusen), quando nem sequer alinha contra equipas da segunda metade do nosso campeonato.

    Cristante foi uma das novidades no onze de Jesus  Fonte: Facebook oficial do Benfica
    Cristante foi uma das novidades no onze de Jesus
    Fonte: Facebook oficial do Benfica

    O Benfica entrou com velocidade, a trocar a bola com rapidez no meio-campo e dar profundidade ao jogo através das alas. Artur Soares Dias conseguiu depois cometer dois graves erros num minuto: primeiro, não marcou penálti a favor do Braga por mão de Jardel e, depois, resolveu não expulsar Pardo, quando este derrubou Jonas, que ia isolado para a baliza. Os encarnados atacavam com o bloco muito subido, o que permitia aos bracarenses, no momento da perda de bola, lançarem contra-ataques comandados por Rafa ou Pardo, que iam levando perigo à baliza de Júlio César.

    O instinto goleador de Jonas em jogos da Taça (levava já 5 remates certeiros antes de entrar em campo) confirmou-se perto da meia hora. Até ao final da primeira parte assistiu-se a um domínio total do Benfica mas o grande caudal ofensivo não se traduziu em claras oportunidades de golo (exceção para o desperdício, nada habitual, de Jonas no coração da área).

    Jonas voltou a marcar na Taça, mas depois desperdiçou várias oportunidades  Facebook oficial do Benfica
    Jonas voltou a marcar na Taça, mas depois desperdiçou várias oportunidades
    Facebook oficial do Benfica

    O Braga voltou dos balneários à procura do empate, que acabou por ser oferecido por André Almeida. Não fosse a falha no corte, que Aderlan Santos agradeceu, e o lateral esquerdo até podia ser “a figura” do jogo (nunca comprometeu a defender e mostrou-se mais disponível do que o habitual para atacar). A reação dos encarnados veio logo depois do golo sofrido. Jonas começaria um duelo com Kritciuk, que se prolongou por toda a segunda parte e que acabaria por ser ganho pelo guarda-redes do Braga, apesar das muitas tentativas do brasileiro.

    Os bracarenses deram a volta ao marcador com um golo de Pardo aos 57 minutos. Ola John perdeu a bola e ninguém pressionou o jogador do Braga, que avançou até perto da área e bateu Júlio César. Repetia-se a história do jogo do campeonato, onde o Benfica também tinha começado em vantagem mas acabou derrotado.

    Pizzi entrou para o lugar de Enzo ao intervalo e a equipa ressentiu-se  Fonte:  Facebook oficial do Benfica
    Pizzi entrou para o lugar de Enzo ao intervalo e a equipa ressentiu-se
    Fonte: Facebook oficial do Benfica

    Na última meia hora o Benfica subiu o ritmo da partida e esteve perto do golo por diversas vezes. As entradas de Derley mas, sobretudo, de Talisca, lançados demasiado tarde, quando a equipa tentava evitar a eliminação já de uma forma desorganizada, acrescentaram pouco ao ataque. O Braga agarrou-se à vantagem e conseguiu sair de Lisboa com um apuramento histórico, uma vez que nunca tinha vencido na Luz em duelos a contar para esta competição.

    A supremacia na estatística final não evitou a derrota porque há sempre que contar com a tal “eficácia”. O regresso ao Jamor fica assim adiado para 2016.

    A Figura

    Ola John – Fez um excelente jogo e Jesus deve ter-se recordado das razões que a levaram a contratar o holandês ao Twente: elevada qualidade técnica, dribles rápidos e eficazes e cruzamentos sempre bem medidos.

    O Fora-de-Jogo

    Pizzi – Entrou ao intervalo para o lugar de Enzo Pérez mas foi evidente que está ainda a quilómetros de ser uma opção válida quando o argentino sair. Perdeu bastantes vezes a bola em zona proibida e falhou alguns passes.

     

    Foto de capa: Facebook oficial do Sporting Clube de Braga

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    Tiago Caeiro
    Tiago Caeirohttp://www.bolanarede.pt
    É frequente dar por ele a contar as horas até começar o próximo jogo do glorioso Benfica, que não perde por nada. Lá fora, apoia Arsenal, Milan e Bayern só porque os seus jogadores vestem a magnífica cor vermelha.                                                                                                                                                 O Tiago não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.