Chegou o fim-de-semana do Grande Prémio do Mónaco. E com ele, todas as emoções, curvas apertadas e toques perigosos que tornaram o circuito monegasco no mais famoso do Campeonato do Mundo de F1. E quem, como eu, vivia a magia do Mónaco nos jogos para a PlayStation, pode somente imaginar o que deve ser vivê-la na realidade. Como já várias vezes aqui referi, a competição está claramente partida e dividida; Rosberg, Hamilton e Vettel voltaram a ser os protagonistas.
Lewis Hamilton começou bem, ao garantir a sua primeira pole em Monte Carlo. Numa qualificação atribulada, com duas penalizações, Rosberg garantiu a saída da segunda posição e Vettel colocou o Ferrari na segunda linha. A Red Bull volta a afirmar-se como a terceira melhor equipa: aliás, Ricciardo e Kvyat conseguiram mesmo qualificar-se à frente de Raikkonen. Os dois jovens pilotos voltaram a pôr a equipa nos lugares cimeiros e estão a devolvê-la à glória que outrora teve.
Hamilton saiu forte e manteve bem seguro o primeiro lugar, chegando aos 3 segundos de diferença à décima primeira volta. O piloto da Mercedes controlou a corrida desde o arranque e acabou por perdê-la por motivos alheios a si mesmo. Mas já lá vamos. O inglês foi fugindo durante toda a corrida, mostrando um grande controlo da vantagem; a Mercedes, até aqui, ia garantindo mais uma dobradinha.
Mas, à 62ª volta, o acidente entre Grosjean e Verstappen alterou o curso de toda a prova. Apesar de, felizmente, o piloto da Toro Rosso ter saído ileso, o embate foi violento e o carro do holandês ficou desprovido da roda esquerda frontal. Mas mais do que o abandono de Max Verstappen, este acidente foi fulcral na frente da corrida: com a entrada do safety-car, a vantagem de 15 segundos de Hamilton sobre Rosberg é completamente anulada.
E se tenho vindo a elogiar a estratégia de paragem nas boxes da Mercedes, admito hoje o erro monumental de Toto Wolff, chefe de equipa. Depois da entrada em pista do safety-car, o inglês foi chamado a trocar de pneus, perdendo assim a liderança. Quando regressa, Rosberg e Vettel já haviam arriscado e passado para a frente da corrida. Apesar de ter pneus novos, contrastantes com os de 30 voltas dos oponentes, Lewis Hamilton não mais consegue aproximar-se dos lugares cimeiros, chegando mesmo a desabafar via rádio: “perdi esta corrida”.
Rosberg venceu. Vettel garantiu o segundo lugar. Hamilton ficou na última posição do pódio por erros de timing da Mercedes. E no campeonato, apesar de continuar em primeiro, a diferença para Rosberg é de apenas 10 pontos. Nota positiva para Jenson Button, que garantiu os primeiros pontos da McLaren. Desilusão, mais uma vez, para Pastor Maldonado: o piloto da Lotus apenas terminou o GP do Bahrain.
Rosberg junta-se a Senna e ganha pela terceira vez consecutiva em Monte Carlo, que volta a revelar-se um circuito complicado para Lewis Hamilton. A Mercedes perdeu e ganhou o GP do Mónaco, tudo no mesmo dia. A 7 de Junho, no Canadá, Rosberg tem a oportunidade de discutir a liderança do campeonato.
Foto de Capa: Facebook Mercedes AMG Petronas