Cristiano Ronaldo venceu mais uma Bola de Ouro. Os números começam a ser arrebatadores. Nunca nenhum outro português tinha conquistado o mundo do futebol desta forma tão vincada. Cristiano Ronaldo vai batendo todos os recordes possíveis, e mesmo aqueles que prevaleciam há décadas num dos maiores clubes do Mundo – a maior parte deles estabelecidos por Di Stéfano – estão a ser todos virados do avesso pelo português. Importa então, chegados a este ponto, refletir sobre dois elementos importantes: como será a relação de Ronaldo para com a equipa – fala-se muito de um Ronaldo mais “posicional” – e, mais importante que isso, terá Ronaldo força mental e motivação para continuar à procura de mais sucesso? Caro leitor, se conhece minimamente o percurso do madeirense, com certeza já saberá a resposta.
É claro que a idade pesa a um jogador. Se pensarmos em jogadores criativos e explosivos, o “fator idade” acaba por ser ainda mais evidente. Cristiano Ronaldo, com o passar do tempo, foi perdendo alguma magia e irreverência. Já não é o Cristiano dos malabarismos técnicos que deixavam qualquer um impressionado. Ainda assim, a sua transformação – uma palavra para José Mourinho nesta mudança -, acabou por resultar num rejuvenescimento táctico para o futebol. O madeirense deixou aquilo que era bonito e dedicou-se (ainda mais) aquilo que era necessário. A finta e o drible deixaram de ser habituais no seu reportório de jogadas. Apesar disso, temos um Ronaldo mais pragmático, ou se preferir, realista. Elementos decisivos como o passe, a recepção, o remate, o cabeceamento, a finalização em geral, foram aprimorados para um nível estratosférico. Os números estão aí para o provar.
Não deixa de ser um orgulho para qualquer português. Cristiano Ronaldo foi considerado pela quarta vez o melhor jogador do planeta. Ele e Messi estão num pedestal diferente. Continuam a ser os suspeitos do costume. E eles até não se devem importar muito com isso.
Foto de capa: France Football