1. AC Milan 3-3 Liverpool FC, Final de 2004/05
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O tal Milan de Ancelotti de que falámos no número anterior aparece, outra vez, como vítima de uma recuperação incrível. Depois de ficar embasbacado com a fúria do Riazor, chegava a vez de um Liverpool cheio de alma roubar o sonho de mais uma Champions, com outra reviravolta fantástica naquela que terá sido, provavelmente, a final mais emocionante da história da competição.
O jogo, claro está, começou a correr de feição aos milaneses. Entraram com uma pujança incrível (“uma das melhores primeiras partes de uma equipa minha”, disse Ancelotti) para cima de um Liverpool que se limitou a ver jogar uma frente de ataque de luxo, composta por Crespo e Shevchenko, e suportada por um tridente super-talentoso, capaz de colocar Rui Costa no banco – Seedorf, Kaká (principalmente ele) e Pirlo.
O resultado começou a compôr-se logo no primeiro minuto, com Maldini, a rematar de raiva, no coração da àrea, para o fundo das redes de Dudek.Depois, entrou o tal show privado da frente de ataque. Crespo finalizou, em grande estilo, aberturas deliciosas de Shevchenko e Kaká e aos 43 minutos, o resultado era 3-0 para os rossoneri.
Ao intervalo, Gerrard fez uso da braçadeira para galvanizar a equipa e Benítez, treinador dos reds, fez entrar Didi Hamman, médio defensivo, retirando Finnan, lateral direito. Uma substituição que se revelaria fulcral para o que viria a acontecer (conforme confirmou Gerrard em entrevista póstuma).
Com esta alteração, o Liverpool ganhou superioridade numérica no meio-campo, neutralizou as investidas do ataque rossoneri, e passou a ter mais bola, com Gerrard e Xabi Alonso em zona de construção ofensiva.
Com mais bola, os reds ganharam confiança, e com confiança, passaram a aproximar-se da baliza do Milan. Aos 53 minutos, Gerrard deu o mote para a recuperação,com um golpe de cabeça (!) Smicer seguiu o exemplo do capitão e, 2 minutos depois, reduziu para 3-2 num disparo de longe. Aos 60 minutos, Gerrard, em nova cavalgada rumo à baliza milanesa, ganhou posição a Gattuso, e sofreu falta dentro da àrea. Penalty! Xabi Alonso, apesar de permitir a defesa a Dida, fez golo na recarga. 3-3! Em seis minutos, o jogo ficou de pernas para o ar.
O Milan sossegou o ímpeto dos reds e o jogo arrastou-se para um prolongamento, onde Dudek viria a brilhar. O polaco defendeu os penatlis de Serginho, Pirlo e, por fim, de Shevchenko e consumou uma recuperação que vai ficar para sempre na história do futebol.
Foto de capa: Goal.com