Real Madrid CF 1-1 Atlético de Madrid (5-3 g.p.): A sorte nem sempre protege os audazes

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    “O Atlético é um clube amaldiçoado e está destinado a perder a sua terceira final. No final do jogo, até o leitor mais cético será forçado a concordar comigo”, escrevi eu na antecipação da partida, aqui no Bola na Rede, lembrando a forma como o Atlético de Madrid perdeu as outras duas finais da sua história, ambas no último minuto.

    Mas, não confiando muito no meu próprio palpite, fiz a ressalva de que, depois dos milagres já feitos para chegar até aqui, não ficaria admirado se Simeone fosse capaz de fazer mais um. E a verdade é que, quando Carrasco fez o empate, cheguei a acreditar que sim, que estávamos a assistir a mais um milagre, não devido a nada de sobrenatural, mas um milagre feito do suor e da determinação dos jogadores do Atlético e da inteligência de Simeone. Afinal, sabemos agora, aquele golo foi só mais um requinte de malvadez que o destino reservou para os colchoneros, que passam, assim, a ser o único clube a ter perdido três finais da Liga dos Campeões, sem nunca ter vencido nenhuma.

    Sergio Ramos, o homem que decide finais Fonte: UEFA Champions League
    Sergio Ramos, o homem que decide finais
    Fonte: UEFA Champions League

    Mas vamos ao jogo. O Real entrou bem e chegou justamente à vantagem. Aos cinco minutos, Oblak já tinha evitado, sobre a linha, o golo de Benzema, que desviara um cruzamento de Bale, e aos 15’ o Real marcou mesmo. Sergio Ramos, o herói da final de Lisboa há dois anos, voltou a marcar na final da Champions. Há tipos assim. Por mais expulsões e disparates que já tenha acumulado ao longo da carreira (o que não aconteceu neste jogo), Ramos tem alguma coisa de especial, disso não há dúvida.

    O jogo mudou a partir dos 25 minutos. Em parte, porque o Real não podia aguentar o ritmo inicial; em parte porque o Atlético reagiu e passou a dominar o jogo e a posse de bola. E se, até ao intervalo, esse domínio não trouxe oportunidades de golo, na segunda parte não foi preciso esperar muito para que elas surgissem. Logo no primeiro minuto, Pepe fez falta sobre Torres dentro da área. Antoine Griezmann rematou com força, mas acertou na trave. Maldição. Minutos depois, Saúl Ñiguez rematou ao lado após cruzamento de Carrasco. Maldição. De seguida, Savic desviou a bola num canto, a rasar o poste. Maldição, maldição. O Real começava, finalmente, a criar perigo no contra-ataque. Primeiro, foi Benzema, aos 70 minutos, que, desmarcado por Modric, permitiu a defesa de Oblak. Oito minutos depois, uma dupla oportunidade: primeiro, Oblak defende o desvio de Ronaldo, e, na recarga, é um defesa que corta o remate de Bale.

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    Eduardo Botelho
    Eduardo Botelhohttp://www.bolanarede.pt
    Se os passes de letra existissem literalmente, o Eduardo talvez tivesse dado jogador de futebol. Assim, limita-se às reviengas literárias. A viver em Barcelona, tem vista privilegiada para a melhor liga do mundo.                                                                                                                                                 O Eduardo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.