Real Madrid CF 2-3 FC Barcelona: Irrespirável!

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    Para o Barcelona era o jogo do tudo ou nada. Foi do tudo. Não só porque ganhou e relançou a corrida ao título, conseguindo uma importante vantagem no confronto direto, dado que está em igualdade pontual (mais um jogo) com o rival Real Madrid, mas também porque os blaugrana tiveram mesmo de dar tudo (é ilustrativa a corrida de Sergi Roberto no último lance do encontro) para sair do Santiago Bernabéu com a esperança do título 2016/17.

    A melhor forma de lidar com a pressão foi… incuti-la. O Barcelona começou o jogo com uma linha de pressão subida, à qual o Real Madrid, alicerçado num 4x4x2, com Bale, recuperado (e lesionado outra vez, passados 40 minutos), a ocupar o lado direito do meio-campo, respondeu com a procura pela profunidade. Porém, os últimos metros do meio-campo blaugrana estiveram sempre bem guardados pelo general Piqué e o coronel Umtiti, que não permitiram veleidades.

    O Barça destruia bem, e era competente na pressão. O problema era construir, razão pela qual, excepção feita a um lance em que Suarez, à entrada da àrea, rematou a rasar o poste, não criou grande situações de perigo.

    Perante este contexto, um golo só se adivinhava num rasgo de génio ou de bola parada. Aconteceram os dois. Primeiro, aos 28 minutos, na sequência de uma bola rechaçada de um canto, Marcelo visou o segundo poste e encontrou Sergio Ramos, que disparou ao poste, antes de Casemiro confirmar o 1-0. 5 minutos depois, o lance de génio- numa altura em que se suspirava pela fantasia de Neymar, Messi disse presente, combinou com Rakitic, antecipou-se a Modric, tirou, com um toque, Carvajal do caminho e disparou no cara-a-cara com Navas. 1-1.

    O Barcelona começou a acreditar nas próprias capacidades, à boleia do génio de Messi. O argentino ciente dos caminhos do golo, esteve perto de o alcançar num remate à entrada da àrea merengue (rasou o poste esquerdo da baliza de Navas) e ofereceu a via da glória a Jordi Alba, depois de boa jogada sobre a direita, mas o lateral espanhol, estorvado pelo recém-entrado Asensio (para o lugar de Bale), não conseguiu apontar a mira em condições.

    Para a troca, apenas um remate de Modric, que obrigou Ter Stegen a defesa apertada. O Barcelona ia, pois, para o intervalo d’El Clasico, por cima.

    Quando se suspirava por inspiração, apareceu Messi Fonte: Gonzalo Arroyo Moreno/Getty Images
    Quando se suspirava por um inspiração, apareceu Messi
    Fonte: Gonzalo Arroyo Moreno/Getty Images

    Durante o descanso, o Real Madrid lavou a cara e regressou ao jogo de forma destemida, subindo a linha média, e causou calafrios à turma blagurana… mas Ter Stegen serviu de calmante, parando um remate de Kroos e uma cabeçada de Benzema nos instantes iniciais do segundo tempo.

    O Barcelona, perante a segurança transmitida pelo seu guardião, não mudou face à primeira parte e continuou a procurar um golo que pudesse valer uma palavra firme na discussão do título. Piqué, de cabeça deu o início ao show particular de Navas, que continuou, minutos depois sobre a forma de uma mancha a um remate à queima, de Suarez.

    O Real reagiu por Asensio (bom jogo do miúdo) que, depois de corrida sobre a direita, fletiu para o meio e obrigou Ter Stegen a defesa difícil. O jogo estava, oficialmente, aberto. O golo podia cair para cada um dos lados. Foi para o azul-grená. Rakitic, recebendo um bola à entrada da àrea, disparou sem hipóteses para Navas com 73 minutos decorridos.

    As coisas complicaram-se para o Real… mas ficariam ainda mais dificeis depois de uma entrada imprudente de Sergio Ramos sobre Messi que teve como consquência o vermelho directo para o espanhol à passagem dos 77 minutos. Reduzido a 10, o Real teve de atacar apenas pela certa. Zidane chegou a colocar James, mais pensador, em jogo, e Benzema, concretizador, fora dele.

    O colômbiano deu um ar da sua graça, dando ao Real o controlo do jogo. Tanto no domínio da partida, como no resultado. Para alem de ficar com mais bola, os madridistas chegariam mesmo ao empate, a 5 minutos do final, com golo do ex-FC Porto que, servido, sobre a esquerda, por Marcelo, atirou a contar.

    O Real, mesmo em inferioridade numérica, esteve mais perto do triunfo, com Asensio e James a disporem de boas ocasiões, mas um golpe de teatro estava reservado para o último suspiro do jogo – aos 90+2, numa arrancada pujante desde a ala direita da defesa até à zona central do meio-campo contrário, Sergi Roberto deu em André Gomes, que procurou, no flanco esquerdo, Jordi Alba que,  por sua vez, tocou para a entrada da àrea, onde estava Messi, a rematar, em jeito, uma bola que foi o ponto final de uma partida irrespirável.

    Foto de capa: Getty Images 

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    Pedro Machado
    Pedro Machado
    Enquanto a França se sagrava campeã do mundo de futebol em casa, o pequeno Pedro já devorava as letras dos jornais desportivos nacionais, começando a nascer dentro dele duas paixões, o futebol e a escrita, que ainda não cessaram de crescer.                                                                                                                                                 O Pedro não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.