Dois jogadores, zero euros, sete golos

    cab premier league liga inglesa
    Há oportunidades que, de tão boas, só surgem uma vez. Não nos podemos dar ao luxo de as perder, sucumbindo ao conformismo, que mata vivências e experiências inesquecíveis. Há que arriscar, investir em nós, ir a conferências na faculdade, viajar quando surgir o convite e ir falar com aquela miúda que se farta de olhar para nós a noite toda. Assim se ganham valências, ferramentas para o resto da vida que nos permitem vencer, estar lá em cima, com as palavras dos mais experientes da nossa área, uma vista ampla sobre o mundo e a mulher das nossas vidas.

    Munidos, talvez, dessas valências, os olheiros do Swansea FC, atentos particularmente ao mercado francês, aproveitaram as oportunidades de negócio que constituíram a rescisão de contrato de Bafetimbi Gomis com o Lyon, no verão passado, e o ponta-de-lança chegou a custo zero. Um ano depois, os olheiros do Swansea, novamente atentos ao mercado francês, detectaram outra excelente oportunidade em território gaulês, após Andre Ayew se livrar do compromisso contratual que o ligava ao Marselha, e não hesitaram em avançar para o ganês.

    Não houve hesitação relativamente à qualidade dos jogadores. O custo/benefício era enorme , independentemente do valor pedido pelos atletas para prémio de assinatura ou vencimento semanal. O talento estava lá, era uma questão de o extrair e de não desistir dos jogadores no caso de falharem pela primeira vez. Gary Monk é assim, um homem persistente e crente, quer nas suas capacidades, quer nas dos seus jogadores.

    swansea
    Ayew chegou, viu e venceu. Quatro jogos, três golos e duas assistências para Gomis, o “partner in crime” do início do Swansea 2015/2016

    Gomis não teve uma integração fácil. Na sombra de Wilfred Bony, apenas se estreou a marcar, na Premier League, pelos swans dois meses depois de ser contratado. A saída do costa-marfinense, em janeiro, foi muito lamentada pelos adeptos, que se sentiam orfãos do goleador que Gomis não conseguiu ser; porém, demonstrou outras valências que acabaram por fazer esquecer Bony no final da temporada.

    Esta época, já completamente integrado e com os índices de confiança adequados, Gomis conta com 4 golos em outros tantos jogos, revelando o faro de golo que despertou a paixão dos adeptos do St. Ettiene. Em dois desses golos teve a ajuda de Andre Ayew, um jogador que chegou e encaixou que nem uma luva na extrema direita do 4x2x3x1 de Gary Monk. Aliás, o ganês também já faturou três vezes esta temporada. Juntando a estes números os de Gomis, obtemos o total dos tentos apontados pelo Swansea esta época e que ajudam a colocar os galeses na 3.ª posição (a par do Leicester) do campeonato inglês… após se terem deslocado ao terreno do campeão Chelsea e de terem recebido o Manchester United em casa.

    Claro que sem a ajuda dos restantes companheiros de equipa, que lêem na perfeição a ideia de jogo de Gary Monk, isto não aconteceria. Aliás, a segurança do duplo pivô do Swansea (Shelvey e Cork estão no pico da carreira) é uma balança que equilibra o sector defensivo dos galeses e permite que se desequilibre o dos adversários, dando liberdade para que Sigurdsson, Jefferson Montero e, claro, a dupla de contratações a custo zero façam mossa por entre as defesas contrárias.

    A chave do sucesso do Swansea pode estar no meio-campo, mas Gomis e Ayew não se fizeram de rogados em aproveitá-la para abrir o cofre dos golos. Agarraram a oportunidade depois de o Swansea os ter agarrado a eles.

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