Perdoe-me, caro leitor, por recorrer a língua diferente, mas aqui, a mensagem é clara, perceptível e universal. Os dois treinadores também apelam a uma visita, pequena que seja, ao castelhano.
Quem acompanhava o jogo pode-se ter identificado perfeitamente com as palavras do comentador espanhol depois do golo do empate do Tottenham. Não por se ter assistido a um grande escândalo – é claro que a infeficácia do City poderia ser sempre materializada pelos spurs – mas antes, por se ter assistido a um empate que, naquele momento, era de todo improvável.
O Tottenham, habituado a ter o domínio dos encontros, foi obrigado neste jogo a uma postura mais recatada. Jogando com 5 defesas – Dier começou por ser central –, a equipa de Pochettino preocupava-se, sobretudo, por ter uma boa organização defensiva. O City, jogando com uma formação atacante – a fórmula Silva e De Bruyne no meio voltou a ser escolhida -, ia assumindo as despesas do encontro, jogando um futebol objectivo e vertical. Nessa verticalidade destaque-se a visão de De Bruyne, os movimentos sem bola de Aguero e as acelerações de Sterling. Estas três vertentes criaram muitos problemas no primeiro tempo e o nulo, ao intervalo, era simpático para os spurs.
No segundo tempo em pouco mais de quatro minutos, as coisas mudaram por completo. Novamente aproveitando a inspiração de Sterling e De Bruyne – pelo menos, inspiração momentânea -, o City atingiu uma vantagem de dois golos com uma…desinspiração total de Lloris. A reação, não sendo forte, foi efectiva. Son, que tinha entrado ao intervalo, deu mais presença ofensiva à equipa e os spurs beneficiaram com isso. O golo De Alli – grande temporada até em termos de concretização – foi o aviso. O City continuou a controlar o jogo mas sentia-se que o Totenham, num lance de maior ou menor…inspiração, poderia chegar ao empate.
Eis que chega os minutos 76 e 77. Sterling, lançado em velocidade por…De Bruyne sofre penalty e não consegue chegar ao golo. Na jogada seguinte, Son, beneficiando de um adiantamento de Kane – grande assistência – fez o golo do empate. Em Portuga seria um Carnaval. Em Inglaterra continuou-se a lutar até ao fim. Gabriel Jesus esteve perto de oferecer os três pontos. Não conseguiu. “Es el fútbol…”
Foto de capa: Tottenham