O estado de graça de De Bruyne no City: constrói, organiza e define

    Então não é que, além da serenidade que lhe é reconhecida enquanto cidadão, a sua dedicação ao futebol é algo transcendente. Uma das histórias que li sobre este jogador, foi que o seu compromisso para com as coisas é pré estabelecido: enquanto criança, prometeu à sua mãe que estudaria para que mais tarde se pudesse dedicar somente ao futebol.

    De Bruyne, com 17 anos, já dava mostras de liderança e inconformismo. Características que hoje o acompanham na forma como joga Fonte: Hln.be
    De Bruyne, com 17 anos, já dava mostras de liderança e inconformismo. Características que hoje o acompanham na forma como joga
    Fonte: Hln.be

    Então, bom aluno, aplicado e com um nível de organização, aparentemente, invejável, o belga cumpriu e hoje é jogador de futebol profissional. Como jogador, sente que os outros também deveriam ser como ele: no clube onde começou a sua aventura como sénior, no Genk, chemou Elyaniv Barda (um veterano) à atenção por achar que não estava a correr o suficiente nos treinos! Isto espelha tremendamente bem a sua forma de ser, a forma de como quer que as coisas sejam feitas. Parte da sua personalidade com certeza lhe acrescenta qualidades como jogador profissional de futebol.

    Como médio ofensivo é impossível não lhe atribuir a condição de main man. É por ele que tudo passa, é o intermediário entre defesa e ataque. Guardiola, sem ter essa intenção, tem De Bruyne como elemento de decisão naquela equipa. Uma equipa que, de forma alguma, quer jogar sem bola (filosofia de Guardiola) não a pode perder, não é verdade? Portanto, é o camisola 17 dos citizens que está no comando da decisão, de organizar o jogo consoante as suas medidas, de fazer a bola chegar aos jogadores e zonas do terreno mais apropriadas, consoante as ideias da equipa para a partida em questão. Afinal, três golos e nove assistências até ao momento teriam de ser explicadas de alguma forma…

    De Bruyne é um jogador excecional. É “raçudo”, mas ao mesmo tempo é um jogador com toque de classe, que encontra linhas de passe como quem encontra talheres numa cozinha. Faz passes a rasgar como poucos nesta indústria. E o mais importante de tudo, é o seu espírito de incutir aos outros, não direi disciplina, mas pelo menos um maior rigor, seja ele técnico ou tático, como se fosse um professor. Este conjunto de virtudes, qualidades, talentos, dizem-me que depois de se retirar, Kevin de Bruyne será um treinador de referência mundial, caso assim o queira.

    Foto de Capa: Manchester City FC

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    Diogo Fresco
    Diogo Frescohttp://www.bolanarede.pt
    Fã de um futebol que, julga, não voltará a ver, interessa-se por praticamente tudo o que envolve este desporto, dando larga preferência ao que ocorre dentro das quatro linhas. Vibra bastante com a Seleção Portuguesa de Futebol.                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.