Tal qual filho pródigo, os adeptos do City assistiram no passado fim de semana ao regresso de um dos seus mais queridos jogadores dos últimos anos do clube milionário: depois de um conflito com Pep Guardiola que ocupou páginas de imprensa um pouco de todo o mundo, Yaya Touré regressou às escolhas do seu treinador e logo com uma presença no 11 inicial escalado pelo catalão para o duelo frente ao Crystal Palace. E dificilmente o impacto do regresso do costa-marfinense poderia ser mais estrondoso: triunfo dos citizens por 2-1 e o homem do jogo? Yaya.
Com a chegada de Guardiola a Manchester, muitos dos jogadores do City exaltaram a forma como o catalão os ajudará individualmente a atingir o seu potencial, e colectivamente no que diz respeito à conquista de troféus, tendo absorvido rapidamente as ideias do seu treinador. Mas com Yaya, a relação claramente azedou, à imagem do que já tinha sucedido nos tempos do Barcelona, muito por culpa do agente do costa-marfinense.
A disputa manteve Touré afastado dos relvados até que houvesse um pedido formal de desculpas, tanto do centrocampista como do seu representante. O que acabou por acontecer, regressando aos relvados com a camisola 42 do Man City frente ao Palace.
O destino por vezes tem destes detalhes, sobretudo no futebol: seja porque um jogador escorraçado regressa com a camisola adversária e acaba por sentenciar a partida, ou por uma vedeta que sai de um clube “pela porta pequena” e acaba por nunca conseguir tornar a render ao mesmo nível. E na jornada frente ao Palace, os adeptos do City saborearam isso mesmo, com um jogador desavindo a resolver um jogo que tudo indicava caminhar para o empate.
Na actual jornada da Premier League, tornámos a assistir a nova aposta em Yaya Touré, o que parece indicar que todas as divergências se encontram sanadas e que o jogador é um dos homens de confiança de Guardiola, que pela sua capacidade técnica e física poderá muito bem ter uma forte palavra a dizer no que diz respeito à campanha do City pela conquista do título de campeão inglês.
Para bem do futebol, e sobretudo para adeptos e simpatizantes dos azuis de Manchester (nos quais, desde já, não me incluo), esperemos que as suas (in)capacidades psicológicas não interfiram, e que Touré consiga tornar a abrilhantar os relvados como fez, por exemplo na temporada 2013/2014.
Aos 33 anos de idade, esperar por um regresso à forma que exibiu durante a maior parte da sua carreira enquanto jogador dos citizens, mas pela experiência e características que possui, claramente vem acrescentar ao elenco de Guardiola, tanto na posição de médio, como na posição de defesa-central, na qual poderá dar o seu contributo tendo em conta a filosofia de jogo do técnico do City, que passa por uma construção a partir do sector defensivo, o que exige uma qualidade técnica a cima da média em praticamente todas as posições do terreno.
Só o futuro dirá se a utilização de Yaya será para dar continuidade, e se continuarão os Sky Blues a tirar dividendos dessa utilização, mas é certo que, por agora, a utilização será uma constante, visto que, nos dois jogos em que foi utlizado o médio-centro dos citizens não só cumpriu, como excedeu a expectativas.
Foto de capa: Manchester City FC