Rodgers e Suárez: os responsáveis pela máquina de fazer golos

    À partida para esta temporada, perspectivava-se que a edição 2013/2014 da Premier League fosse a mais espectacular de sempre. Tínhamos vários candidatos ao título e diversas equipas com possibilidades de lutar pelos lugares cimeiros. Ainda assim, apesar do estatuto de histórico, ninguém esperava que o Liverpool tivesse, nesta fase, hipóteses de se sagrar campeão. A verdade é que os reds, liderados por um Brendan Rodgers que tem feito um trabalho extraordinário, são uma das grandes surpresas da época e ainda podem chegar ao título, 24 anos depois. Independentemente do que venha a acontecer, já ninguém lhes tira o rótulo de equipa mais entusiasmante do campeonato inglês. O Liverpool é, neste momento, uma máquina de fazer golos.

    Há vários responsáveis pela fantástica temporada do Liverpool, a melhor dos últimos anos. O mérito tem de ser repartido essencialmente por dois protagonistas: Brendan Rodgers e Luis Suárez. O técnico galês é um bom exemplo de que a paciência normalmente compensa. Na primeira época em Anfield, o ex-treinador do Swansea não fez melhor do que os seus antecessores, terminando o campeonato num modesto sétimo lugar. Neste ano, para além dos excelentes resultados, conseguiu aquilo que faltava há muito tempo: formar uma equipa. Os reds têm uma base que pode, efectivamente, permitir que recuperem o lugar que merecem no panorama inglês. Rodgers soube recuperar jogadores de quem se pensava que tinham sido apostas erradas – caso de Henderson –, potenciou jovens como Sterling e Coutinho e construiu um colectivo em torno de uma estrela. Para além disso, conseguiu dar uma nova alma a Steven Gerrard. O feito é ainda maior se considerarmos que fez tudo isto num plantel que tem sido afectado por bastantes lesões.

    Suarez é a estrela maior neste renascido Liverpool Fonte: The Telegraph
    Suárez é a estrela maior neste renascido Liverpool
    Fonte: The Telegraph

    É impossível falar no Liverpool sem destacar a enorme temporada que Luis Suárez está a fazer. O uruguaio, que se tem exibido ao nível dos melhores do mundo, leva a impressionante marca de 28 golos e 20 assistências (falhou as 5 primeiras jornadas), participando directamente em 48 dos 82 golos apontados pelo conjunto de Brendan Rodgers. Tem sido claramente o melhor jogador do campeonato e vai liderando a corrida para a Bota de Ouro. Suárez forma uma dupla demolidora com Daniel Sturridge, que soma 19 golos (juntos têm 47 golos) e também está a realizar uma época soberba. Coutinho, criativo da equipa, e Sterling, extremo que está a afirmar-se da melhor maneira, são os outros responsáveis pela dinâmica ofensiva dos reds.

    Para que o Liverpool possa voltar a lutar pelo título de forma regular, tem de haver maior eficácia na escolha dos reforços. O emblema da cidade dos Beatles falhou a aquisição de Konoplyanka e Salah – que seriam mais-valias – e contratou jogadores que nada acrescentaram ao plantel: Iago Aspas, Kolo Touré, Luis Alberto (é jovem, mas mostrou pouco) e até o próprio Moses, emprestado pelo Chelsea. Estes erros na abordagem ao mercado poderiam ter custado caro, mas Brendan Rodgers fez um excelente aproveitamento dos elementos que tem à disposição. Contudo, para a próxima temporada, com o possível (e previsível) apuramento para a Champions League, é fundamental que os reds consigam reforçar um plantel que é curto e que corre o risco de perder Suárez. Mas o mais importante está feito: o Liverpool tem um treinador competente e uma equipa talentosa. Parecem estar reunidas todas as condições para que tenhamos o histórico emblema inglês a lutar por títulos. Finalmente.

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