Mais um ano, mais um título para a Juventus? Talvez, mas pelo menos este ano a Roma pode (e deve) dar luta até ao fim.
O plantel da Juventus é o mais equilibrado da Serie A, disso não há dúvidas. Junta juventude e experiência, e a prova disso é que jogadores como Pogba e Pirlo são igualmente importantes nas manobras da vecchia signora e fundamentais para as suas ambições, tanto a nível interno como europeu. Depois de manter Pogba e Vidal por pelo menos mais uns meses, a saída de Conte foi a única perda significativa do campeão neste defeso. Com a chegada de Allegri, que não é nenhum Conte mas também não é nenhum Benítez, esta equipa deve continuar onde ficou: no topo da tabela.
Na época transacta, a Roma começou muito bem e para isso muito contribuiu o facto de estar apenas a competir a nível interno, não tendo de se preocupar com a Europa (uma situação que beneficiou vários clubes europeus – temos também o exemplo do Liverpool ou do Sporting). Mas mesmo com a rotação e a gestão de esforço dos jogadores, os giallorossi não foram capazes de destronar a Juventus. A pouca profundidade do plantel romano veio ao de cima no último terço da temporada e o clube de Turim acabou por se sagrar campeão de novo, de forma relativamente fácil. Este ano a Roma reforçou-se muito e bem. Aliás, foram os “vencedores” do mercado de transferências em Itália, com a contratação de jogadores como Iturbe, Manolas, Astori, Mbiwa, Keita, Emanuelson ou Cole. Uma coisa é certa: opções não faltam a Rudi García, que pode gerir o seu plantel de forma a lutar pelo título até ao fim e a fazer uma gracinha na Liga dos Campeões (chegar aos quartos-de-final da competição já seria agradável).
Estes são os dois candidatos mais evidentes e as únicas duas equipas pelas quais meteria “as mãos no fogo” em Itália, mas admito que estou intrigado com o Inter, uma equipa jovem e bastante talentosa que, se conseguir ser consistente, pode fazer estragos na Serie A – tem grandes talentos, como Kovacic e Icardi, que, com a sua tenra idade, assumem já papéis preponderantes no gigante italiano. Mas o problema é mesmo esse, a consistência. Tanto ganham 7-0 ao Sassuolo como empatam a zeros com os Torinos e a um com os Palermos deste mundo. Uma equipa que quer lutar pelo título não pode dar-se ao luxo de escorregar tantas vezes contra adversários de menor dimensão. De qualquer forma, nota-se a evolução da equipa. Mazzarri está a fazer um bom trabalho e, se não for já este ano, para o ano o Inter estará de novo a lutar pelo título, podendo ter de se “contentar” com o último lugar de acesso à Liga dos Campeões na presente temporada.
O Nápoles, que com Mazzarri andou a “cheirar” o topo durante dois ou três anos, deve dar um passo atrás nesta segunda época de Benítez e ficar-se apenas pelos lugares de acesso à Liga Europa. A equipa anda uma confusão – desperdiçam vantagens contra equipas de menor dimensão e parecem não ter um banco suficientemente bom para competir até ao fim. De resto, se não fosse por jogadores como Hamsik e Higuaín arriscava-me mesmo a dizer que o Nápoles acabaria atrás do AC Milan de Inzaghi, que, com as contratações de jogadores como Bonaventura, Torres, Van Ginkel, López, Ménez ou Alex e sem a “distracção” do futebol europeu, vai tentar melhorar o humilhante oitavo lugar da época passada.
Sendo então o Inter o grande favorito para alcançar o último lugar de acesso à Liga dos Campeões, o Nápoles e o AC Milan podem surpreender, superando as expectativas e chegar lá. Espero que pelo menos lutem por isso, nada mais.
Equipas como Lázio, Fiorentina, Udinese ou Parma podem sempre tentar complicar as coisas, mas este ano a diferença de qualidade entre os maiores clubes e os outros é gritante e seria mesmo uma enorme surpresa se algum destes clubes atingisse o acesso à Liga Europa pelo campeonato. Pela Taça tudo é possível, até o Benítez a pode ganhar de novo.
Do outro lado da tabela, teremos Empoli, Chievo, Cagliari, Cesena, Palermo e Sassuolo (que provavelmente não conseguirá repetir a gracinha da temporada passada) a tentar evitar os três lugares de despromoção para a Serie B.
Termino então com algumas previsões para os prémios de final de temporada, o prémio de melhor jogador deve ser disputado entre Pogba, Vidal e Pjanic; o melhor marcador entre Higuaín, Icardi e Tévez; o melhor jovem entre Kovacic e Icardi; o melhor guarda-redes entre Handanovic, Buffon e Diego López; o melhor treinador entre Allegri e Garcia.