Palancas Negras: Um futuro risonho?

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    De acordo com a História da Humanidade, é fácil concluir que cada nação é constituída por uma população que partilha a mesma origem, língua, religião e/ou cultura, ou seja, são pessoas que possuem uma história e identidade comuns. Apesar de ser uma verdade inequívoca, eu penso que deve acrescentada a seleção de futebol ao conjunto de fundamentos que constituem o termo “Nação”, uma vez que sempre que a principal equipa de cada país dum dos sete continentes do planeta Terra disputa uma partida de futebol, verifica-se (quase) sempre um apelo de amor à pátria e à respetiva bandeira nacional.

    Em Angola, esta ocorrência não é distinta da observada noutros países, pois quando os Palancas Negras (alcunha da seleção angolana) têm um jogo, seja dentro ou fora do seu território, o povo angolano deixa tudo de lado para poder acompanhar de perto a sua seleção.

    Nos últimos anos, a seleção angolana não tem dado grandes alegrias aos seus cidadãos, em vez disso a alegria e deu lugar aos sentimentos de frustração e profunda tristeza perante os sucessivos fracassos que tem vindo a acrescentar, ano após ano. No passado dia 27 de janeiro de 2017, fez precisamente 4 anos que Angola disputou a sua última partida no CAN (derrota por 2-1 frente a Cabo Verde).

    Beto Bianchi assumirá o comando da seleccção angolana  Fonte: redeangola.info
    Beto Bianchi assumirá o comando técnico da Seleção Angolana
    Fonte: redeangola.info

     

    Desde então, a seleção d´Os Palancas Negras nunca mais foi capaz de conseguir alcançar a mais importante prova do continente africano, tendo ficado sempre pelas eliminatórias de acesso ao CAN. “Mas qual é o principal motivo para estas ausências em provas importantes?” – esta é uma das muitas perguntas que os adeptos, comentadores e dirigentes desportivos fazem à F.A.F – Federação Angolana de Futebol. Um primeiro motivo para esta quebra pode estar na fraca estabilidade técnica verificada na seleção: de 2013 até aos dias de hoje, já três treinadores assumiram o comando técnico – Gustavo Ferrín, Romeu Filemon e, atualmente, José Kilamba, embora o último já não seja oficialmente o selecionador de Angola.

    Hoje mesmo, foi confirmada a ocupação da vaga por parte do até agora treinador do Petro de Luanda, o brasileiro Beto Bianchi, que tem uma complicada missão de devolver o orgulho na sua seleção principal ao povo angolano. Outro forte motivo para a longa ausência deve-se ao facto da renovação dos jogadores que compõem o leque de selecionáveis para os compromissos internacionais ser bastante restrito e com poucos jovens jogadores provenientes do Girabola, muito por culpa da negação dos dirigentes desportivos angolanos em querer apostar forte na formação, o que traria inúmeras vantagens para o futebol angolano, como o contínuo desenvolvimento competitivo do campeonato e aumento das opções de escolhas para as próximas qualificações, tanto o CAN´19 e o Mundial de 2022.

    Em jeito de conclusão, creio que o próximo selecionador de Angola irá ter uma difícil tarefa de voltar a colocar a seleção na senda dos bons resultados e das qualificações para os próximos CAN´s e Mundiais, mas tudo indica que se todos colaborarem com vista à rutura com o passado negativo recente, o povo angolano poderá acreditar fortemente que os Palancas Negras voltarão a ser um conjunto empenhado a repetir feitos históricos, como a sua presença no Mundial de 2006 na Alemanha, em que estiveram perto de ultrapassar a fase de grupos. Um futuro risonho é o que se deseja e pretende que aconteça!

    Foto de capa: Deutsche Welle

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    Guilherme Costa
    Guilherme Costahttp://www.bolanarede.pt
    O Guilherme é licenciado em Gestão. É um amante de qualquer modalidade desportiva, embora seja o futebol que o faz vibrar mais intensamente. Gosta bastante de rir e de fazer rir as pessoas que o rodeiam, daí acompanhar com bastante regularidade tudo o que envolve o humor.                                                                                                                                                 O Guilherme escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.