Portugal continua em busca do sonho de vencer uma grande competição de seleções. O nosso país já venceu algumas competições noutros escalões, mas em seniores a conquista nunca chegou, apesar de ter estado perto.
Em Mundiais temos as boas lembranças do terceiro lugar em Inglaterra’1966 ou do quarto lugar na Alemanha’2006. Já em Europeus, existem várias histórias para contar. Chegámos três vezes às meias finais (França’84, Bélgica/Holanda’2000 e Áustria/Suíça’2012), com duas derrotas no prolongamento perante os malditos franceses e uma nas grandes penalidades frente à futura campeã Espanha. Além disso, tivemos aquela ingrata final perdida em casa, frente à Grécia, em 2004. Será que está na hora de, finalmente, levantar o “caneco” europeu? Teremos de esperar, no máximo, até 10 de julho para saber.
Na fase de apuramento, Portugal começou de forma péssima – diria mesmo humilhante. A “equipa de todos nós” perdeu em pleno Estádio do Dragão frente à Albânia. Uma derrota inacreditável e que ditou a saída de Paulo Bento do comando da seleção, depois de um Mundial’2014, que tinha sido também ele atribulado.
Quem não se lembra do célebre “índice de suspeição lesional”? Depois de Paulo Bento, veio Fernando Santos, um homem experiente, dos poucos que já treinou os três “grandes” em Portugal. O “engenheiro do penta” do FC Porto, no final da década de 90, conseguiu levar Portugal ao Europeu, com sete vitórias nos jogos que restavam da fase de qualificação. Curiosamente, todos os sete triunfos tiveram um denominador comum: foram alcançados pela margem mínima. Começámos com uma vitória arrancada aos 90+5 minutos, na Dinamarca, com um cruzamento de Ricardo Quaresma para uma cabeçada triunfal de Cristiano Ronaldo. Foi novamente o nosso capitão que nos deu os três pontos no jogo seguinte, no Algarve, frente à frágil Arménia.
Já em 2015, o primeiro jogo oficial do ano foi uma receção à Sérvia, que podia deixar os balcânicos praticamente fora da corrida. Portugal venceu na Luz por 2-1, com Ricardo Carvalho e Fábio Coentrão a darem a vitória. A seleção nacional não deslumbrava pelas suas exibições, mas estava a ser tremendamente eficaz, e foi isso que se viu novamente nos dois jogos seguintes, com vitórias na Arménia (com um hat trick de Cristiano Ronaldo) e na Albânia, com um golo no período de descontos apontado por – imaginem – Miguel Veloso, um jogador que nem entra nas contas para a fase final que se aproxima. Nas duas últimas partidas, foi João Moutinho a dar as vitórias, frente à Dinamarca e à Sérvia. Portugal apurou-se no primeiro lugar do Grupo I, com sete pontos de vantagem para a segunda colocada, Albânia. Ou seja, numa qualificação bem mais tranquila do que o primeiro jogo fazia antever.