México 2-1 Nova Zelândia: Toque de Peraltismo fez a diferença

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    Antípodas no globo, México e Nova Zelândia, futeboliscamente falando, encontraram-se no Fisht Olympic Stadium, em Sochi, separados por apenas um ponto, mas tão distantes na geografia do estilo de jogo como na do próprio globo.

    Colónia do ‘good old’ ‘Kick and Rush’ britânico, a Nova Zelândia fechava-se num robusto bloco recuado, a promover e chamar os mexicanos para um último terço de ataque de choque no corpo a corpo.

    Tentando tirar partido das suas forças, os ‘All Whites’ que hoje equiparam de negro, orientados por Anthony Hudson, colocavam a sua esperança de resultado no jogo direto e nas bolas paradas….lançamentos, inclusive….a fazer lembrar o Rugby tão característico do país oceânico.

    Do lado mexicano, sangue latino na sua formosura técnica que se quer um termo coletivo naquilo que é a motricidade comum, isto é, a tática. Um meio campo a construir e a saber alargar-se para as alas e com dois avançados na frente, Jiménez e Peralta, que são fatais dentro da área, mas também sabem ser anfíbios e sair dela, dando o peito à equipa.

    A seleção neozelandesa, ao contrário do que se poderia esperar, entrou mais afoita na partida, beneficiando de bolas paradas no seu ataque, ou seja, tendo o jogo que quer.

    Já depois de Ryan Thomas ter beneficiado de uma oportunidade de golo para a Nova Zelândia e Giovani dos Santos para o adversário, à chegada à meia hora de jogo, Chris Wood, o incontornável goleador dos ‘All Whites’ deixou um primeiro aviso com um remate à entrada da área que o guarda-redes mexicano defendeu.

    Ao segundo aviso, foi de vez! Lewis lança longo, a bola ainda é tocado por um defesa mexicano e chegou ao domínio de Wood que, isolado, atirou a contar….mesmo ao seu jeito!

    De regresso dos balneários, a coreografia tática, nos primeiros minutos, anteveu de imediato um padrão prenunciadoramente constante. Camisolas verdes a rodear uma teia negra. Que é como quem diz: o México a jogar no meio campo da Nova Zelândia.

    Aos 54 minutos, o primeiro golpe na teia. Raúl Jiménez, o homem-golo que joga no Benfica, que homenageou ‘Sin Cara’ há uns dias, tratou de mostrar um lavado rosto mexicano para a etapa complementar. Um golaço de pé esquerdo ao ângulo contrário.

    O vistoso golo de Raúl Jiménez abriu o caminho para a reviravolta do México Fonte: Reuters
    O vistoso golo de Raúl Jiménez abriu o caminho para a reviravolta do México
    Fonte: Reuters

    18 minutos depois e a 18 dos 90, o segundo e definitivo golpe. Desta feita, foi o outro avançado que faturou…agora ao poste mais próximo. Pois, é que o mais distante ato foi a ‘galopada’ de Aquino na esquerda até à linha de fundo até Peralta coroar a exibição mexicana com estilo, o da vitória.

    Até final, a Nova Zelândia tentou de tudo para chegar ao empate…recorreu ao chuveirinho e, por momentos, parece que desejou que as regras futebolísticas fossem mais permissivas…ao estilo do rugby…..que o diga Boxall!

    Um toque de Peraltismo ditou a vitória do latino futebol esbelto contra a técnica da força ‘old fashion’ da Nova Zelândia.

    Foto de Capa: FIFA

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    Rúben Tavares
    Rúben Tavareshttp://www.bolanarede.pt
    O futebol foi a primeira paixão da infância, no seu estado mais selvagem e pueril. Paixão desnuda. Hoje não deixou de ser paixão, mas é mais madura, aliada a outras paixões de outras idades: a literatura, as ciências sociais, as ciências humanas.                                                                                                                                                 O Rúben escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.