Andebol leonino: o preço que se paga por jogar contra os melhores

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    A temporada 2017/18, no que ao Andebol do Sporting diz respeito, tem permitido de tudo um pouco. Por um lado, a demonstração inequívoca da supremacia deste conjunto a nível nacional  – só superado esta temporada nas competições internas pelo ABC de Braga (empate) e pelo FC Porto (derrota) – e, por outro lado, a constatação de algumas lacunas e inseguranças perante algumas equipas de topo do Andebol europeu.

    O último jogo, no passado domingo, para a Liga dos Campeões de Andebol contra o Montpellier no Pavilhão João Rocha exemplifica bem o que acabo de referir, ao nível das inseguranças patentes nesta equipa em bater-se contra equipas de gabarito internacional. Os leões tremeram durante o jogo, embora mais na primeira parte do que na segunda, perante um conjunto francês extremamente coeso e agressivo, quer nos momentos defensivos quer nos ofensivos, marcando e impondo logo desde os minutos iniciais quem comandaria a partida.

    Mas a qualidade da equipa francesa não pode desculpar as inseguranças que alguns atletas leoninos manifestaram perante a avalanche gaulesa. Sobretudo, tornou evidente que se este plantel do Sporting contém valores inquestionáveis no andebol nacional, europeu ou até mesmo mundial (casos de Ivan Nikcevic, Carlos Ruesga, Matej Asanin, Michal Kopko, Edmilson Araújo, entre outros) apresenta também individualidades que requerem, apesar da sua extrema e inquestionável qualidade, uma maturação atlética que é determinante nos grandes duelos. Falo, não poderia deixar de ser, de Manuel Gaspar, o jovem tão acarinhado pelos adeptos leoninos que teve uma noite infeliz contra os franceses, sendo visível a sua face de revolta quando estava no banco de suplentes dos leões, por não conseguir ajudar mais a sua equipa. Os campeões são mesmo assim: têm cultura de exigência, maturidade competitiva, independentemente da sua idade. É por essas razões, e por outras, que Manuel Gaspar já representa e irá representar uma mais-valia para o Sporting, apesar de estar ainda numa etapa inicial do seu processo formativo enquanto jogador. Continua assim, Manuel Gaspar!

    A equipa de andebol do Sporting tem de se manter unida e aprender com os jogos da "Champions" Fonte: Sporting Clube de Portugal - Andebol
    A equipa de andebol do Sporting tem de se manter unida e aprender com os jogos da “Champions”
    Fonte: Sporting Clube de Portugal – Andebol

    Mas seria injusto que se centrasse apenas no jovem atleta as responsabilidades de uma derrota europeia. De facto, convém que não percamos a ideia de que este plantel, orientado por Hugo Canela, não esteve bem logo desde o início do jogo. Espelhou as inseguranças de estar a jogar contra uma equipa com outros pergaminhos e objetivos e as perdas de bola nos momentos ofensivos foram uma realidade bem evidente que se traduziram, em larga maioria, em golos para a equipa francesa.

    A segunda parte da partida revelou, contudo, um Sporting mais esclarecido e, sobretudo, mais maduro e consciente da sua postura dentro das quatro linhas. Mas essa melhoria da equipa de Alvalade não foi suficiente para anular a supremacia dos gauleses e a sua final e indiscutível vitória. Sobressaiu, nesta fase de ascensão da exibição leonina, um atleta: Edmilson Araújo. Foi, na verdade, o melhor jogador dos leões, o mais inconformado com o resultado e o mais rematador à baliza francesa.

    Esta derrota leonina na Liga dos Campeões não pode nem deve diminuir ou afrouxar as prestações leoninas vindouras, pois é precisamente sobre estes jogos difíceis e no sabor amargo das derrotas que os campeões se vêem e se mostram, sendo a partir delas que se trabalharão os aspetos menos positivos da equipa para que os mesmos não se repitam em exibições futuras. É por isso que devemos gritar: à luta, Leões!

    Foto de Capa: Sporting Clube de Portugal – Andebol

    Artigo revisto por: Beatriz Silva

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    Simão Mata
    Simão Matahttp://www.bolanarede.pt
    O Simão é psicólogo de profissão mas isso para aqui não importa nada. O que interessa é que vibra com as vitórias do Sporting Clube de Portugal e sofre perante as derrotas do seu clube. É um Sportinguista do Norte, mais concretamente da Maia, terra que o viu nascer e na qual habita. Considera que os clubes desportivos não estão nos estádios nem nos pavilhões, mas no palpitar frenético do coração dos adeptos e sócios.                                                                                                                                                 O Simão escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.