Andebol: Sporting 26-27 FC Porto: Dragões aproveitam ‘fantasmas’ leoninos

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    Inacreditável como o Sporting não ganha este jogo! O Porto esteve sempre atrás do marcador e chegou a ter uma desvantagem de 5-0 no início da partida – diferença que, ao longo do jogo, atingiu os 7 golos. Foi apenas aos 57 minutos que os dragões voltaram a alcançar os leões, quando, pouco tempo antes, a questão parecia resolvida. Mas os fantasmas leoninos, que aparecem sempre que estes jogam com os campeões nacionais – no ano passado, em “casa”, o Sporting perdeu com o Porto no último segundo e, no terreno do adversário, os verde-e-brancos já não vencem há quase duas décadas – e, entre precipitações, falhas técnicas absurdas e uma total inoperância no ataque, o improvável tornou-se realidade. A época ainda agora começou mas, assumindo que estamos perante as duas melhores equipas portuguesas, os leões podem ter jogado aqui – e perdido – o importante factor-casa na final dos playoffs.

    Durante três quartos do jogo a superioridade leonina foi evidente, com Carlos Carneiro a conferir critério e classe ao jogo atacante leonino. Frankis Carol, que actuou a lateral, realizou um primeiro tempo de alto nível fazendo uso da sua capacidade rematadora, e Pedro Portela, com a sua fiabilidade habitual, foi um esteio na ponta-direita leonina. Já o Porto, apesar de ter uma equipa com mais opções e melhor em termos físicos – e, portanto, uma defesa mais sólida – mostrava-se incapaz de contrariar a fluidez de jogo e a eficácia leoninas. Gilberto Duarte, destaque das finais do ano passado, esteve num plano discreto e foi, em parte, graças ao capitão Ricardo Moreira e à meia-distância do checo Michal Kasal que os dragões não deixaram, no primeiro tempo, o Sporting fugir em definitivo.

    Com 19-14 ao intervalo, e depois de um largo período na segunda parte em que o Porto marcava mas o Sporting repunha a diferença de 5 golos (ou até mais), o jovem central portista Miguel Martins começou a aparecer e a ser um dos protagonistas da impensável reviravolta, ora orquestrando os ataques da sua equipa, ora finalizando com mestria. Contudo, o esforço de Martins e restantes companheiros seria insuficiente, não fosse a colaboração dos atletas leoninos, que pareciam achar quase “anormal” estar a vencer os campeões de forma tão clara. Nos últimos dez minutos, os vice-campeões baquearam por completo.

    miguel martins - fonte site fcp
    A jovem revelação Miguel Martins foi uma das figuras da impensável reviravolta
    Fonte: fcporto.pt

    O jogo decidiu-se no capítulo mental, onde mais uma vez o Sporting falhou. Os leões marcaram 19 golos na primeira parte e apenas 7 na segunda e, como se não bastasse, os erros defensivos começaram a aparecer com frequência. O bloqueio verde-e-branco era personificado pela clara quebra exibicional de Carneiro e Frankis na segunda parte, e também pelo facto de Fábio Magalhães, como é seu hábito, ir alternando entre momentos de classe e situações de clara precipitação.

    Enquanto estavam na frente, os leões insistiam em ataques rápidos – uma das imagens de marca da equipa – em vez de prolongarem os ataques, e talvez também esteja aqui uma parte da justificação. A equipa tem de ser mais pragmática, até porque, ao contrário do Porto, tem poucos jogadores para rodar e refrescar. A estampa física de andebolistas como Daymaro Salina, Cuni Morales ou Gustavo Rodrigues (discreto em toda a partida mas muito importante nos minutos finais, com um golo fulcral e de difícil execução) acabou por ser determinante no momento defensivo portista e por fazer a diferença no ataque. Do lado leonino apenas o guarda-redes Aljosa Cudic subiu de produção na etapa complementar, mas não chegou para emendar os erros grosseiros dos seus colegas. Na baliza contrária, Alfredo Quintana começou a um nível discreto mas terminou em grande evidência, bem ao seu nível.

    No final, o resultado de 26-27, apesar de impensável poucos minutos antes, acabou por ser justo como forma de castigo a um Sporting amador na gestão das emoções, e de prémio a um Porto que não desistiu nem mesmo quando mais ninguém no pavilhão acreditava na reviravolta. Primeira derrota no campeonato para os leões, os dragões continuam apenas com triunfos, tal como o Benfica.

     

    Foto de capa: site oficial do FC Porto

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    O João Sousa anseia pelo dia em que os sportinguistas materializem o orgulho que têm no ecletismo do clube numa afluência massiva às modalidades. Porque, segundo ele, elas são uma parte importantíssima da identidade do clube. Deseja ardentemente a construção de um pavilhão e defende a aposta nos futebolistas da casa, enquadrados por 2 ou 3 jogadores de nível internacional que permitam lutar por títulos. Bate-se por um Sporting sério, organizado e vencedor.                                                                                                                                                 O João não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.