A capital norte-americana é, finalmente, uma cidade de basquetebol

    Cabeçalho modalidadesPode parecer estranho escrever um texto destes quando há algumas horas atrás os Washington Wizards viram a sua época terminar devido a uma derrota no jogo 7 em Boston. Mas Washington DC voltou a gostar de basquetebol graças a estes jovens Wizards que ali cresceram e que ali se vão desenvolvendo de modo a, esperam os dirigentes, poderem levar a equipa da capital novamente ao topo da NBA.

    A história dos Wizards não é propriamente brilhante. O seu único título data de 1978, um ano antes da última presença da equipa de Washington nas finais da Conferência Este e ainda com o nome de Washington Bullets. Depois do relativo domínio na década de 70, DC viu a sua equipa ser o local de descanso para estrelas longe do seu auge, como Moses Malone ou Michael Jordan e raros jogadores de real qualidade, em equipas, no máximo, sofríveis.

    Com a chegada de John Wall em 2010, um base supersónico e com um futuro promissor, os Wizards pareciam ter alguém para o futuro. Porém, as derrotas continuavam a acumular-se numa equipa aparentemente sem rumo, demasiado jovem e que se destacava apenas pelo que fazia fora do campo (isto não é um elogio). Beal chegou dois anos depois para dar mais talento à equipa, que ainda assim necessitava de veteranos. Foi por isso que Nenê, Ariza ou Gortat chegaram a DC e talvez tenha sido aí que os Wizards começaram a crescer, mesmo que o papel dos veteranos nunca tenha sido o mais preponderante dentro da equipa.

    Para muitos o melhor backcourt da NBA, Beal e Wall tentam fazer dos Wizards a melhor equipa da liga Fonte: SI
    Para muitos o melhor backcourt da NBA, Beal e Wall tentam fazer dos Wizards a melhor equipa da liga
    Fonte: SI

    A dupla Wall-Beal começava a dar que falar na NBA e depois de eliminarem os então favoritos Bulls em 2014 e adicionarem Paul Pierce, os Wizards mostraram algum poderio, que só não os levou mais longe em 2015 devido a uma lesão de John Wall. Ainda assim e por muito que o respeito pelos Wizards começasse a crescer na liga, faltava algo. E depois da ausência dos playoffs em 2016, o treinador Randy Wittman foi despedido, com Scott Brooks, treinador que levou os Thunder à sua única final, a ser contratado para o seu lugar.

    Após um início de época tremido, os Wizards começaram a ganhar. Dezassete vitórias seguidas em casa levaram os adeptos a acreditar na equipa, com uma subida de 23% no número de adeptos por jogo no Verizon Center. Os jovens começavam a dar cartas, com Wall, Beal, Otto Porter e Kelly Oubre a aparecerem como as figuras principais que a direção dos Wizards tinha previsto quando os escolheram no draft.

    Com o quarto melhor recorde caseiro da liga e contando apenas por vitórias os jogos em Washington nos playoffs, o futuro parece promissor para uma equipa que antes do início desta década era o alvo maior de chacota na NBA. Os Wizards terminam mais uma temporada sem regressarem às finais de conferência, mas conseguiram algo talvez tão importante: ter toda uma cidade do seu lado e pronta a empurrá-los para vôos mais altos. Até porque estes rapazes não chegaram agora de outro sítio qualquer. Começaram ali as suas carreiras na NBA e têm a vontade de voltar a fazer de Washington um lugar temível para os adversários.

    Foto de Capa: theundefeated

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    António Pedro Dias
    António Pedro Diashttp://www.bolanarede.pt
    Tem 22 anos, é natural de Paços de Ferreira e adepto do SL Benfica. Desde muito pequeno que é adepto de futebol, desporto que praticou até aos 13 anos, altura em que percebeu que não tinha jeito para a coisa. Decidiu então experimentar o basquetebol e acabou por ser amor à primeira vista. Jogou até ao verão passado na Juventude Pacense e tem o Curso de Grau I de treinador de basquetebol desde os 19. O gosto pela NBA surgiu logo quando começou a jogar basquetebol e tem vindo a crescer desde então, com foco especial nos Miami Heat.                                                                                                                                                 O António escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.