A rotação de jogadores têm sido um tema muito discutida no desporto de competição e particularmente no futebol . Saber se a mesma é positiva ou não só o podemos afirmar no final da época com os resultados desportivos. Quem defende a rotação diz que o seu objectivo é ser competitivo em todas as frentes , ao mesmo tempo que pretende dar visibilidade ao maior número de atletas de forma a garantir futuros investimentos. Quem está contra diz que as equipas perdem rendimento e que complica muito a gestão dos titulares criando efeitos negativos na sua confiança. Face às lesões, castigos e fadiga não resta outra alternativa aos treinadores que no seja rodarem os jogadores fendo apelo aos suplentes.
Por opção táctica ou gestão do plantel o treinador pode implementar as trocas para motivar um grupo mais alargado e não apenas para quem joga regularmente. A rotação não é um fim em sim mesmo: é um instrumento de gestão de um plantel que, deve servir para manter a equipa competitiva em várias frentes até ao final da época.
Na tentativa de ultrapassar as dificuldades causadas pelo elevado número de competições a que as equipas estão sujeitas, a gestão do plantel tornou-se uma maior preocupação para os treinadores. Nos últimos anos, o aumento do número de jogos levaram a que começassem a procurar soluções que lhes permitissem continuar a competir em todas as frentes ao mais alto nível.
Neste sentido, foram registadas alterações na forma de encarar o treino e o jogo relativamente à gestão do tempo dos jogadores, nos momentos de maior densidade competitiva. Desde aí foram muitos os treinadores que começaram a efectuar uma gestão coerente do tempo de jogo dos atletas .
É sabido que só com bons jogadores não se ganham campeonatos, estes são ganhos sim por bons grupos. “Tenho de trocar duas ou três unidades. Não só porque alguns contam com alguns problemas, mas também porque alguns dos jogadores poucas vezes titulares merecem jogar. Prefiro ter o meu grupo alegre e motivado e é normal que mude algumas peças” (Mourinho, 2005)
O mesmo treinador revela grande preocupação com o cansaço dos jogadores. Assim diz optar por fazer alterações quando sente que alguns jogadores precisam de descansar.
Ninguém quer ser suplente
O tema é recorrente no basquetebol Universitário Norte americano (NCAA ) com as duas filosofias em confronto . Recentemente o treinador de Syracuse, Jim Boeheim, foi muito criticado porque dava muitos minutos ao cinco titular.
Em sua defesa saiu , naturalmente, o amigo Mike Krzyzewsk, que salientou o facto de Syracuse ter vários jogadores importantes lesionados: “Não é uma questão de minutos de jogo mas sim de lesões. Os jogadores não ficam cansados por jogarem muitos minutos. Eles ficam cansados é dos excessos nos treinos. Não há nenhum jogador no Mundo que se canse de jogar. Só ficam cansados se jogarem muito e treinarem muito. Nenhum jogador quer ser suplente. O problema está na forma como treinamos”.
O popular treinador já garantiu presença em mais uma Final4 este ano e não segue a tradicional regra do “Freshman Wally” que relega para a condição de suplentes os mais jovens. Okafor (30 m), Justise Winslow (29m), Tyus Jones(34m) e Quinn Cook (35m) são novatos na competição mas jogam a maioria do tempo.
“Os nossos treinos são curtos e sem muito contacto físico”, disse Krzyzewski. “Não queremos cansar os atletas , queremos sim que se mantenham em forma. Todos querem jogar os 40 minutos.”
A mesma opinião tem Mike Brey, treinador de Notre Dame, que também opta por dar muitos minutos ao cinco inicial. “Os jogadores mais velhos sabem bem como jogar os 40 minutos. Sabem combater a fadiga mental muito melhor do que os jovens.“
Brey afirmou ainda que: “Uma rotação diminuta ajuda a aumentar a eficiência ofensiva. Eles sabem bem o que fazer no jogo, passam bem a bola e são pacientes. Quando se joga com muitas jogadores o jogo fica mais complicado.”
Brey prepara a equipa para jogar desta forma a partir do primeiro treino. “Chegamos rápido ao jogo de 5 contra 5 e assim os jogadores ficam logo preparados para jogar. Ao longo da época vamos diminuindo o tempo de treino e os dias de repouso passam a ser muito importantes. Usamos muito no treino táctico o “walk-throughs” ( treino táctico a andar) e a partir de Janeiro não treinamos mais do que uma hora e quinze minutos.”
Depois de um jogo não fazem um treino normal. “São os dias de recuperação. Visionamos o nosso último jogo e o do próximo adversário. Fazemos um pouco de “stretch” e alguma musculação. Não é um treino propriamente dito e o mais importante é mesmo o trabalho do “chiropractor “(um especialista em diagnósticos, tratamento e prevenção de problemas do sistema neuromuscular e os efeitos na saúde dos atletas).“
Foto de capa: Facebook de Mike Krzyzewski