O poder da persistência, por Isaiah Thomas

    Cabeçalho modalidadesIsaiah Thomas é, hoje, uma das grandes personalidades da NBA, mas o caminho do base dos Boston Celtics nunca foi fácil e está muito longe de ter chegado ao fim. Com 1,75m de altura e muitos obstáculos no caminho, Thomas não procura a aprovação de ninguém a não ser dele mesmo, do seu treinador e dos seus colegas, num mundo que supostamente é só para gente grande. Na semana em que completa 28 anos, olhamos para o que o pequeno All-Star dos Celtics já fez e o muito que ainda lhe falta fazer, numa altura em que os holofotes apontam, finalmente, na sua direção.

    As pedras no percurso de Isaiah começaram a aparecer cedo. Como as notas escolares não lhe permitiam uma bolsa de estudo numa universidade, Thomas mudou de Washington, Seattle, para Connecticut, Nova York, e ainda repetiu um ano no secundário. Chegada a oportunidade de ingressar na universidade, Thomas regressou à sua terra natal como o 98º melhor atleta do país a entrar na faculdade. Não era suficiente para o pequeno base, que encheu os pavilhões universitários dos Estados Unidos com a sua qualidade.

    Na noite do draft da NBA, Thomas viu 59 jogadores serem escolhidos à sua frente. Alguns deles nunca chegariam a pisar um palco da maior liga de basquetebol do mundo, outros teriam no banco de suplentes da NBA o seu melhor amigo em múltiplas noites. Mas Thomas não. A sua carreira vinha sendo constantemente definida pela opinião dos outros.  “Um rapaz tão pequeno, que até torna absurdo o facto de ter entrado na liga. O último a ser escolhido, a cauda do draft”. Tudo o que era equipa da NBA viu mais potencial noutros jogadores do que em Thomas. E isso foi o seu combustível naquela noite e nas noites que se seguiriam.

    Fonte: Isaiah Thomas
    Fonte: Isaiah Thomas

    Três épocas nos Sacramento Kings, que o deixaram sair para conseguirem um base “que passasse melhor a bola”, e mais meia época em Phoenix, que não deixam saudade a Thomas e que não deixaram propriamente boquiabertos aqueles que duvidavam dele, até chegar a Boston. Numa das equipas com maior historial na liga, Thomas encontrou a sua casa.

    Com pouco menos de um mês a jogar de verde-e-branco, Isaiah e os Celtics visitaram Miami. O jogo estava equilibrado, no quarto período, quando Thomas atacou o cesto, marcou e sofreu uma falta dura, tendo caído de costas no chão. Em claro sofrimento, IT ouviu o seu colega Jae Crowder dizer “Levanta-te, precisamos de ti”. Thomas levantou-se, marcou o lance-livre e minutos depois converteu um triplo que selou a vitória dos Celtics. A equipa de Boston saía vitoriosa e Isaiah percebeu que aquilo que sempre tinha procurado não era a aprovação daqueles que duvidavam dele, mas sim daqueles que iam “para a guerra com ele”. E ali, naquela noite e naquele momento em que se contorcia no chão com dores, Thomas teve essa aprovação e percebeu que estava onde devia estar.

    Hoje, Isaiah Thomas vai a caminho do seu segundo jogo All-Star (no qual deveria provavelmente fazer parte do cinco inicial) e é uma das estrelas maiores da liga, mas ainda lhe falta muito caminho por percorrer. Falta-lhe juntar um título (pelo menos) aos 17 que os Celtics exibem orgulhosamente no TD Garden, por exemplo. Porém, Thomas não espera (nem quer) que sintam pena dele pelas vezes que duvidaram dele no passado. Porque Thomas não sente pena da vossa equipa quando “despeja” entre 30 a 40 pontos por jogo, na NBA. Nem sentiu pena de si próprio quando, naquela noite de draft em 2011, todas as equipas da NBA viram maior potencial e talento noutros 59 jogadores, porque foi a partir desse momento que o pequeno base começou a construir o seu percurso até ao estrelato.

    Foto de capa: Isaiah Thomas

    Artigo revisto por: Francisca Carvalho

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    António Pedro Dias
    António Pedro Diashttp://www.bolanarede.pt
    Tem 22 anos, é natural de Paços de Ferreira e adepto do SL Benfica. Desde muito pequeno que é adepto de futebol, desporto que praticou até aos 13 anos, altura em que percebeu que não tinha jeito para a coisa. Decidiu então experimentar o basquetebol e acabou por ser amor à primeira vista. Jogou até ao verão passado na Juventude Pacense e tem o Curso de Grau I de treinador de basquetebol desde os 19. O gosto pela NBA surgiu logo quando começou a jogar basquetebol e tem vindo a crescer desde então, com foco especial nos Miami Heat.                                                                                                                                                 O António escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.