Dirk Nowitzki, o alemão que aos poucos tem marcado o mundo do basquetebol, marcou a semana que passou por se ter juntado ao restrito clube dos 30 mil pontos de carreira. É apenas o sexto da história da NBA a garantir entrada nesta lista, e o primeiro “estrangeiro”. Abdul-Jabbar, Karl Malone, Kobe, Jordan e Chamberlain são os “monstros” que o acompanham.
O gigante de dois metros e treze impressionou desde cedo. Chegou com apenas 20 anos aos Dallas Mavericks, em 98, e a sua filosofia e ética de trabalho deixavam antever a dimensão do que estava para vir. Impôs-se em pouco tempo como titular da equipa de Mark Cuban, cumpria exemplarmente na defesa, e no ataque enchia o campo com o seu característico fade away jump shot. Será para sempre relembrado por este movimento, indefensável atendendo à sua altura e à precisão do seu lançamento – comparável, em termos de eficiência, com o célebre Sky Hook do Kareem. Em 2004, em consequência da saída de Steve Nash da equipa texana, tornou-se de uma vez por todas na figura central do franchise.
2011 foi a época que acabaria por marcar a sua carreira. Depois das finais perdidas de forma desastrosa em 2006, o anel chegaria por fim. E de que maneira! Derrotar pelo caminho os Lakers, de Kobe, os Oklahoma, de Durant e Westbrook, e os Miami Heat, de Lebron, Wade e companhia, faz com que seja considerado um dos maiores contos de fadas da história recente da liga. Os Dallas estavam longe de ser favoritos. Esta é a conquista que marca a diferença entre um grande jogador e um jogador histórico. Foi o primeiro título da equipa de Dallas e a entrada de Nowitzki na galeria dos imortais.
Há muito para elogiar e admirar em Dirk Nowitzki. O currículo fala por si: campeão da NBA, MVP, MVP das Finals, 13x All-Star, 5o-40-90 Club, 30k club… É claramente o melhor europeu da história, mas será lembrado por muito mais do que isso. A dedicação, a sua ética e afinco para com os seus colegas de equipa, o total respeito por todos os intervenientes do jogo, em qualquer partida, são valores que todos queremos preservar, e esse é talvez o seu maior legado.
Esta semana, Nowitzki foi assunto por ter atingindo uma marca história apenas ao alcance dos melhores de sempre, mas há muito que o seu lugar no Olimpo estava assegurado.
Foto de capa: playmaker
Artigo revisto por: Francisca Carvalho