Nos jogos colectivos ninguém gosta de ser suplente, todos querem jogar. A realidade, contudo, é dura e diz que muitos jogadores passam a vida sentados no banco. No basquetebol, um atleta que joga apenas cinco minutos por jogo, o que faz nos restantes 35? Como pode ajudar a equipa a ganhar?
Muitos treinadores ainda não entenderam a importância destes jogadores no resultado final .
Os americanos falam muito em off the bench, jogadores que saem do banco dos suplentes para ajudarem as equipas a melhorar o que esteja a corre mal, o que para as equipas que pretendem vencer e ter sucesso representa um factor decisivo.
O antigo poste dos Chicago Bulls, Bill Cartwright, disse um dia: “as equipas só têm sucesso quando possuem, no seu seio, jogadores capazes de pensar primeiro no colectivo e só depois em si mesmo.”
Jerry Tarkanian, treinador famosos e já falecido, foi ainda mais concreto: “O segredo é termos oito bons jogadores e mais quatro que apoiem claramente a equipa”.
Compete pois ao treinador definir, no tempo certo e de forma clara, quem vai ser o cinco mais utilizado e quem são os restantes que partem do banco e que, gradualmente, assumem a tarefa de serem úteis à equipa. Estes jogadores devem estar conscientes que, sem deixarem de pensar nos seus interesses particulares , vão ter de se comprometer emocionalmente com os interesses do colectivo.
Assim, fica claro que o bom jogador é aquele que, por via da sua acção, contribui para a vitória e o sucesso da equipa e que, para além da sua acção individual, consegue, acima de tudo, ajudar os companheiros a serem melhores.
Ao longo da minha carreira de jogador, nomeadamente na passagem pela equipa do SL Benfica, treinada pelo mítico Prof. Teotónio Lima, ficou clara a ideia da importância dos suplentes, independentemente do tempo de utilização.
Não me posso nunca esquecer dum jogo da Taça da Taças, contra os Belgas do Racing Malines, onde, com o Pavilhão da Luz super lotado e numa partida equilibrada, tive a oportunidade de jogar no último minuto e de ter recebido a bola. Não perdi a mesma e consegui fazer o passe. Ganhámos e foi um os melhores jogos da minha carreira…
Foto de Capa: James Pennington