Já temos gigantes
Os resultados obtidos pelas selecções masculinas mais jovens também não permitem grande optimismo e levantam várias questões a necessitarem de resposta adequada.
Continuamos a não conseguir em nenhum escalão sair do Grupo B:
Sub-20 (24.º lugar, oito jogos, quatro vitórias)
Sub-18 (27.º lugar, oito jogos, cinco vitórias)
Sub-16 (32.º lugar, oito jogos, três vitórias)
Total: 24 jogos com 12 vitórias
Agora que todos os amantes da modalidade podem ver os jogos internacionais FIBA, ficou claro que os nossos jovens encontram grandes dificuldades no ataque para marcarem cestos na área pintada, nomeadamente quando sujeitos a algum contacto físico. Falhar lançamentos fáceis foi uma constante. O recurso sistemático aos triplos não parece ser boa opção porque infelizmente continuamos a não ter “atiradores”. Por outro lado, foram também visíveis os altos e baixos no rendimento dos nossos jogadores em contraste com adversários mais objectivos e poderosos que quase sempre se aproveitam das nossas fraquezas temporárias. Continuamos a viver num dilema: jogamos controlado e não marcamos pontos ou jogamos rápido e perdemos a bola? O jogador moderno é caracterizado por tomar boas decisões rapidamente; os nossos jovens têm de seguir este padrão para sonharem com serem profissionais.
A estatura agora não é problema e não pode servir de desculpa como no passado. Temos gigantes mas continuamos a ser muito débeis na arte do bloqueio defensivo e pouco agressivos na procura da bola.
O modelo de jogo das várias selecções, pese o facto de ter sido elaborado um documento orientador, continua pouco coerente e uniforme, com a seleção de Sub-18 a apresentar as ideias mais simples e adequadas à realidade.
Contrariamente ao que acontece com as selecções femininas, não recorremos tão frequentemente às defesas zonais e às pressões em todo o campo, o que nos limita bastante.
Do mesmo modo no sector masculino a auto-estima e os objectivos estão a níveis claramente mais baixos que no feminino.
Os objectivos definidos pela FPB para esta época, sector masculino, mesmo sendo modestos, ficaram longe do ambicionado:
Os treinadores têm de ser capazes de trabalhar mais e melhor, tendo como meta final preparar e revelar jogadores que possam um dia vir a ser atletas de alto rendimento, o que implica fazer mudanças em todas as frentes do basquetebol. Algumas medidas positivas e pontuais concretizadas pela FPB não resolvem o problema de fundo, que merece uma mudança global.
Porque o problema da estatura está quase ultrapassado (Tomás Domingos – 2.08m, Ricardo Monteiro – 2.08m, Gonçalo Delgado – 2.04m, Neemias Queta – 2,00m, Vladyslav Voytso – 2,00m, Lamine Banora – 1.98m, Diogo Runge – 2.02 m), porque temos jovens com algum talento (Diogo Brito, Diogo Araújo, Carlos Cardoso, Pedro Lança, Gustavo Teixeira, Paulo Caldeira, Henrique Barros, Pedro Lança, Gustavo Teixeira, Paulo Caldeira, Henrique Barros, Hugo Ferreira, entre outros), é tempo de se criarem condições para o sucesso no futuro.
Reformulando os objectivos (o Grupo A tem de ser o sonho de todos) e como diz o ditado: “Quem não quer subir a montanha não pode pretender ser alpinista”.