A “Grandíssima” terminou e há dois nomes que se destacam de todos os outros: Raúl Alarcón e W52-FC Porto. O primeiro nome é o grande vencedor desta edição e volta a dar uma VP a “nuestros hermanos”. O segundo nome é da equipa que dominou (até em demasia…) e controlou da forma que quis esta prova.
Após um dia em que Gustavo Veloso quebrou e de que maneira (perdeu mais de 40 minutos na etapa da Torre), eis que recuperou de forma surpreendente e bateu toda a concorrência naquela que é a sua especialidade, o contrarrelógio. Mas esse dia da Torre – para quem não se recorda, a mítica subida apareceu a meio da etapa e não no fim – foi o dia que demonstrou a tal superioridade da equipa vencedora e até mesmo alguma apatia das principais equipas, exceto do Sporting-Tavira que tentou remar contra a maré mas não teve o apoio suficiente para tal.
Em relação a esta última parte, acredito que o facto das equipas que poderiam ajudar a equipa do Sporting já terem todas uma etapa e a presença no top’10 assegurada acabou por fazer a diferença. Sinceramente, gostava que existisse em Portugal uma determinada mentalidade competitiva que é mais vista pelo estrangeiro. A verdade é que há situações que são difíceis de mudar e o ciclismo em Portugal precisa de perceber que se certas partes não mudarem então será bastante complicado evoluir como se quer e pretende.
De qualquer forma, Raúl Alarcón e Amaro Antunes beneficiaram com isto e chegaram isolados à meta (com quase 5 minutos de vantagem) depois de escaparem na Torre. O espanhol acabou por valorizar o trabalho do português e concedeu-lhe a vitória na etapa, mostrando que a equipa está unida em tudo o que vai fazendo, seja antes, durante ou depois de cada prova.
Depois dessa etapa e apenas a faltar o contrarrelógio final, era tudo uma questão de horas até Alarcón se sagrar campeão desta Volta. E foi realmente o que aconteceu. A 79.ª edição desta Volta vai para um ciclista que há uns anos atrás não era muito conhecido no pelotão nacional e não se destacava muito, tendo poucas vitórias na sua carreira antes de chegar o ano de 2017, onde claramente tem estado em evidência (ganhou na Volta às Astúrias à frente de Nairo Quintana…e ficou em segundo na Volta à Comunidade de Madrid) e tem tido um ano para não esquecer. Uma “transformação” digna de ser assinalada.
Foto de Capa: Volta a Portugal