Como era de prever, a corrida de Baku teve de tudo! O safety car entrou duas vezes logo no início da corrida e a lotaria das paragens e das posições começava. A corrida esteve interrompida com o aparecimento das bandeiras vermelhas devido ao excesso de destroços na pista, fruto da má organização deste Grande Prémio, que deixa muito a desejar, mas foi a partir da saída do safety car pela terceira vez que o desfecho se começou a escrever, ainda que impossível de prever.
Logo na primeira volta, Vettel conseguiu saltar para a 2.ª posição, atrás de Hamilton, e Raikkonen disputou com Bottas a 4.ª posição, que acabou com um frente-a-frente entre os dois finlandeses, mas foi o Mercedes que ficou com a asa dianteira danificada e teve de recorrer à box, saindo da mesma na última posição da grelha.
Max Verstappen acaba por ter que abandonar a corrida depois de o seu motor Renault ter rebentado, quando este lutava taco a taco com Sérgio Pérez pela 3ª posição. Foi o quarto abandono do holandês em seis corridas até ao momento realizadas.
O Safety car foi talvez um dos protagonistas desta corrida emocionante e de loucos. Interveio por três vezes. A primeira foi devido à paragem do carro de Kvyat, a segunda foi devido aos destroços e detritos deixados na pista, o que causou por exemplo um furo no Ferrari de Raikkonen.
O momento mais épico dos últimos anos estava guardado para Hamilton e Vettel. Aquando da saída do safety car (na 2ª vez que entrou) o inglês pedia via rádio que o safety car andasse mais rápido, no entanto, resolveu testar os travões logo após a curva na qual a informação que o safety car ia sair era proferida a todos os pilotos. Travando de forma brusca e propositada, Vettel acabou por embater na traseira do inglês, reclamando que este agiu com maldade e premeditada. O alemão da Ferrari reagiu a quente e logo de seguida pôs-se ao lado do Mercedes, e embateu, ainda que roda com roda. Se Hamilton teve uma conduta digna de penalização, Vettel também não esteve melhor, as acções não deixam dúvidas.
A corrida estava destinada a ser de loucos. O despique entre Vettel e Hamilton continuava taco a taco e a corrida estava longe de ser previsível. Após uma tentativa de ultrapassagem de Ocon a Pérez mal medida, o acto acabou com a desistência de ambos e o safety car entrava pela terceira vez. Com tantas lutas e toques, a pista estava cheia de destroços, vítima disso mesmo foi Raikkonen que se viu forçado a abandonar depois de um pneu furado e quase irrecuperável.
Ao fim de 22 voltas, as bandeiras vermelhas são finalmente agitadas. A pista encontrava-se com imensas armadilhas e esta paragem serviu para os comissários a limparem convenientemente. Todos alinhados na linha da box, era hora de os mecânicos repararem os monolugares dentro da legalidade e do que era possível. Simultaneamente ficou a saber-se que o desacelerar de Hamilton estava a ser investigado.
No recomeço da corrida, Ricciardo no Red Bull começou aquela que seria a sua caminhada para a primeira vitória do ano, ao ultrapassar de uma só vez os dois Williams e a colocar-se em terceiro lugar! Vettel e Hamilton não se largavam nem por nada e a batalha pela vitória continuava.
O desfecho da corrida começou-se a desenrolar, Hamilton vê o seu encosto de cabeça estragado e prestes a soltar-se e é obrigado a ir à box, e Vettel simultaneamente é informado que sofreu uma penalização de 10 segundos por alegadamente condução perigosa. Fica a sensação de que por uma questão justa, o inglês também deveria ser penalizado, pois ambos agiram erradamente, um propositadamente e o outro a “quente”.
Hamilton parou primeiro, Vettel depois, mas o Ferrari saiu à frente do Mercedes, e o inevitável acontecia, após grande batalha entre ambos pela vitória, a luta passava a ser pela 6ª posição.
Ricciardo liderava a seu belo prazer, Stroll da Williams era segundo e Magnussen era terceiro.
Até final, Ricciardo só teve que levar o Red Bull até à linha da meta, e Bottas consegue ultrapassar Stroll na última volta e por centímetros! Ainda assim o canadiano estava eufórico pelo seu primeiro pódio da carreira com apenas 18 anos.
Vettel ultrapassou Ocon, Magnussen, Sainz e Alonso, consolidando a quarta posição, ainda que o espanhol não tenha propriamente facilitado a ultrapassagem, ficando a imagem de que os ex-pilotos da Ferrari não têm tido propriamente um comportamento adequado. Na quinta posição ficou o inglês da Mercedes.
No campeonato mundial, Sebastian Vettel lidera com 153 pontos, mais 14 que Hamilton.
Nos Construtores a Mercedes aumenta a vantagem para 24 pontos face à Ferrari.
Uma corrida cheia de peripécias, com um desenrolar não muito habitual nos tempos de hoje, 3 entradas de safety car, uma luta acesa pela vitória entre dois grandes campeões e um desfecho inesperado. A F1 está viva e já todos só pensam no GP da Áustria.
Foto de Capa: Motorsport
Artigo revisto por : Ana Ferreira