Futebol e rali misturaram-se e a festa da chegada de Bernardo Sousa às Portas do Mar foi feita ao som de “Glorioso, SLB! Glorioso SLB!!”. Bernardo Sousa ganhou à sétima tentativa a volta à ilha, prova em que se estreou com 19 anos ao volante de um Skoda Fabia TDI. Uma prova em que o madeirense não tinha tido muita sorte até agora, pois contava com quatro desistencias e dois 10º lugar.
O último dia do rali foi muito animado e a luta para encontrar o vencedor da prova durou até ao último troço, a segunda passagem pela Tronqueira. Bernardo Sousa e Kevin Abbring foram os protagonistas desta luta e, apesar de o português ter estado sempre na frente, viu o holandês recuperar-lhe tempo várias vezes, mas um pequeno toque já perto do final na primeira passagem pela Tronqueira foi decisiva para a vitória – justa, no meu entender – de Bernardo Sousa, que na manhã de ontem tinha dito que ia lutar para ficar no segundo lugar porque o carro não estava nas melhores condições; resta saber se era jogo psicológico ou descrença do madeirense. Para a história ficam os 6s2 de diferença entreos dois primeiros.
O segundo dia de prova foi tão agressivo para as máquinas que Jean-Michel Raoux acabou por cair num terceiro lugar de forma algo inesperada no ínicio da prova, fechando assim o pódio com três carros de categorias diferentes. Consani conseguiu levar o seu carro até ao fim apesar de todos os toques que deu, e será certamente uma das imagens do rali com a sua chegada de sexta às portas do mar. O piloto não conseguia andar com o carro direito devido a ter partido a direção e foi um verdadeiro espetáculo assistir. Luís Rego ganhou a produção e foi o melhor açoriano numa boa prova deste jovem piloto.
Nas restantes categorias, e se separarmos as duas rodas motrizes dos júniores como fiz no texto de antevisão, os vencedores foram Henrique Moniz e Stéphane Lefebvre, respectivamente. O açoriano estreou o seu DS3 R3T e levou o carro até ao fim da melhor forma, enquanto Lefebvre ganhou a competição jujúniore as duas rodas motrizes, se juntarmos todos) e demonstrou toda a sua qualidade e o porquê de correr para a equipa oficial da Peugeot.
Esta edição da prova contou ainda com vários factores extra como já não víamos há alguns anos, como não ter chovido e o nevoeiro não ter afectado a prova, permitindo que fossem captadas imagens muito boas de São Miguel, que chegaram ao mundo através da Eurosport. Apesar de não estar um tempo como o que tenho apanhado em Lisboa – céu totalmente limpo – deu para queimar muito mais nestes três dias de prova do que nas duas ou três semanas em que o tempo tem estado desta forma em Lisboa.
Para a história ficam os 25 pilotos que terminaram a prova – entre eles a dupla feminina búlgara – e que viram as suas máquinas aguentar a prova açoriana, que ano após ano me convence mais de que é das melhores que existem.