Alex foi, durante oito temporadas, uma das principais referências do futsal do Sporting. Com boas exibições, golos importantes e uma devoção enorme ao clube, o antigo jogador tornou-se um dos jogadores mais acarinhados pelos exigentes adeptos leoninos. Em Junho, deixou o Sporting para pouco tempo depois se retirar dos pavilhões e voltar ao Brasil para perto da família. O Bola na Rede agradece toda a simpatia, disponibilidade e abertura demonstrada ao nos conceder esta entrevista.
Sporting
BnR- Em 2007, quando chegou ao Sporting, esperava ficar tanto tempo?
Alex – Nunca imaginei que ficasse 8 anos no Sporting.
BnR – Na última entrevista que deu à Sporting TV, foi complicado conter as emoções. Agora que já passou algum tempo desde que disse “até já”, como estão as saudades de Lisboa?
Alex – Tenho muitas saudades de Lisboa, essa cidade oferece uma qualidade de vida enorme.
BnR – Foi difícil sair do Sporting numa época em que não conseguiram revalidar o titulo de campeão nacional?
Alex – Sem dúvida que a vontade era sair depois de revalidar o titulo de campeão nacional. Certamente sairia debaixo de uma festa com os adeptos.
BnR – O que sente por não ter conseguido ganhar a UEFA Futsal Cup ao serviço do Sporting?
Alex – Sinto uma desilusão muito grande, pois chegámos muito perto e tínhamos tudo para ter ganho esse titulo.
BnR – Com o aparecimento relativamente recente do Barcelona e com as formações do leste europeu cada vez mais bem apetrechadas em termos financeiros, será possível alguma equipa portuguesa voltar a ganhar essa competição?
Alex – Será sempre possível, a equipa do Sporting de hoje tem condições de o fazer. Claro que depende de uma série de fatores até chegar lá, mas creio que ganhando o titulo nacional essa época, já é possível sonhar com a UEFA na próxima.
BnR – Tem acompanhado o Sporting nesta temporada? O que acha das contratações de Merlim, Fortino, Cavinato e Marcão?
Alex – Não tenho acompanhado o futsal, apenas o futebol. Mas parecem-me jogadores de alto nível, espero que estejam a representar o Sporting como o Sporting merece.
BnR – O que significam os adeptos do Sporting para si?
Alex – Os adeptos do Sporting são os melhores do mundo, estiveram connosco nos bons e maus momentos. Tenho muitas saudades dos gritos e cânticos nos pavilhões.
BnR – Qual foi o colega que mais o marcou? E o treinador?
Alex – O colega que mais me marcou esses anos todos em Portugal foi o Zézito, tanto como jogador quanto treinador (adjunto).
BnR – É o melhor marcador de sempre em jogos do Sporting frente ao rival Benfica, orgulha-se desse feito?
Alex – Tenho orgulho desse feito, sim. Embora nunca foi um objeto ou marca perseguida por mim, aconteceu naturalmente. Mas orgulho-me por cada golo marcado ao serviço do Sporting.
Baku United e Fim da Carreira
BnR – Como correu a experiência e a adaptação a Londres e a Inglaterra?
Alex – Decidi encerrar a minha carreira e ficar no Brasil depois do que aconteceu com o Baku United, clube que iria representar. Então estou novamente na minha cidade de onde saí há 17 anos, perto dos meus pais e familiares.
BnR – O que correu mal no Baku United?
Alex – O que chegou aos meus ouvidos foi que o diretor que financiava o projeto estava com problemas financeiros, porque as empresas que possuía no Azerbaijão tinham falido. O resultado foi a dispensa de jogadores que já tinham sido contratados, entre os quais brasileiros, espanhóis e portugueses.
Futuro
BnR – O Alex foi dos jogadores mais inteligentes que passaram pelo nosso clube nesta modalidade. Já pensou seguir uma carreira técnica ligada à modalidade? Vê-se a fazê-lo no Sporting?
Alex – Nunca pensei em trabalhar no futsal depois de encerrar minha carreira. E hoje, já fora das quadras, não tenho planos que passem pelo futsal.
BnR – Gostava que o seu futuro passasse por Alvalade e pelo novo Pavilhão João Rocha?
Alex – Pretendo visitar Lisboa e o novo pavilhão assim que possível.
Curtas
BnR – Melhor momento no Sporting?
Alex – Não houve um melhor momento, foram vários. Cada troféu conquistado ao longo destes 8 anos representam os melhores momentos vividos no Sporting.
BnR – E o pior?
Alex – O pior momento foi a derrota na final da UEFA Futsal Cup no Cazaquistão contra o Montesilvano.
BnR – O Sporting para si é?
Alex – O Sporting é e sempre será uma parte da minha vida.
Entrevista realizada por Vítor Miguel Gonçalves e edição de Marta Reis