A vitória do Sporting em hóquei em patins no jogo do passado domingo (04/06) em Oliveira de Azeméis contra a Oliveirense permitiu solidificar o quarto lugar no campeonato nacional da modalidade, garantindo o acesso à Liga Europeia já na próxima época. Mas esse feito não pode esconder as falhas da equipa ao longo da época 2016-2017.
Os leões fracassaram nas ambições que certamente muitos sportinguistas tinham na conquista, ou do título nacional ou da Taça de Portugal. Apesar do desaire, tudo parecia garantir uma época sólida, consistente e vitoriosa muito devido à conquista, na pré-época, da Elite Cup que deixou os adeptos leoninos com água na boca e sedentos de conquistas nesta secção.
Mas o ressurgimento desta secção no clube de Alvalade, no mandato de Bruno de Carvalho, em 2014 – após uma tentativa fracassada no início dos anos 2000 de recuperar a modalidade – permitiu levantar a fasquia face aos títulos, não só pelos nomes sonantes do hóquei em patins contratados, como também pelo facto do Sporting ter sido outrora um importante clube nesta modalidade. E este regresso traduziu-se logo na época seguinte, no plano externo, na conquista internacional da Taça CERS (primeiro troféu europeu de Bruno de Carvalho como presidente) contra o Reus de Espanha e, no plano interno, na conquista da Supertaça Nacional ao campeão nacional Benfica. Mas as grandes conquistas do hóquei sportinguista encontram-se sobretudo nas décadas de 1970 e 1980, com inúmeros títulos conquistados pelos Leões, onde se destacou a vitória na Taça dos Campeões Europeus em 1977 pela então designada “Equipa Maravilha” onde brilhavam nomes como Ramalhete, Sobrinho, Chana ou o eterno António Livramento.
Mas não se pense que, apesar da ausência de títulos na época 2016-2017, esta equipa de hóquei não tem individualidades bastante interessantes do ponto de vista técnico-tático. Apresenta, do meu ponto de vista, jogadores capazes de jogar um hóquei maduro, frio, e outros que manifestam grande irreverência nos ringues. Do lado da experiência, talvez o hoquista espanhol Pedro Gil seja o expoente máximo desta equipa. Jogador de 36 anos, um verdadeiro veterano, com passagens pelo FC Porto, Reus, Valdagno ou até mesmo o Forte Del Marmi, equipa italiana que afastou os leões das competições europeias esta temporada. Gil revelou ser um verdadeiro maestro. Guillem Pérez, o treinador do Sporting até março de 2017, definiu-o, após a conquista da Elite Cup, como “uma referência, um talento do ringue, um jogador carregado de experiência que brilha pelo seu espírito de humildade e sacrifício” (Jornal Sporting, dia 22 de setembro de 2016, p. 16).