Australian Open 2016: Djokovic a caminho da história

    cab ténis

    Novak Djokovic e Andy Murray disputaram hoje a final do Australian Open 2016. No Happy Slam, o sérvio levava, antes da partida frente ao escocês, cinco títulos. Todavia, o primeiro Grand Slam do ano também é aquele em que Murray apresenta melhores resultados: cinco finais (quatro delas perdidas frente a Djokovic e a restante perante Roger Federer) e ainda uma meia final, também ela perdida, frente ao sérvio. No head2head as coisas desequilibram-se: 21-9, sendo que o sérvio venceu dez dos últimos 11 encontros.

    No que ao encontro diz respeito, até foi Murray que encontrei melhor; o escocês dispôs de um break point logo de entrada. Contudo, Djokovic acabaria por salvar – e bem – esse mesmo ponto de break e somaria um total de cinco jogos consecutivos. Desta forma, o primeiro set não teve muita história e o pupilo de Boris Becker acabaria por conquistar a primeira partida por 6-1. Nota para um dado que, apesar de não ser surpreendente, não deixa de ser impressionante: Djokovic, no set inaugural, venceu 61% dos pontos em que respondia ao serviço. Este dado confirma o estatuto daquele que, na minha perspetiva, é o jogador que melhor responde ao serviço da história do ténis.

    No segundo set, Murray equilibrou um pouco o encontro. Após recuperar de um break de atraso sofrido no sempre importante sétimo jogo, o escocês esteve muito perto de levar a segunda partida a um tie break: com o resultado em cinco jogos iguais (40-0) e Murray ao serviço, Djokovic conseguiu recuperar e assinou cinco pontos consecutivos, fazendo, desta forma, a quebra de serviço e servindo, com sucesso, logo de seguida para se colocar a vencer por dois sets a zero. No capítulo estatístico, destaque para os 34 erros não forçados que Andy Murray cometeu apenas nesta partida, bem como a baixa percentagem de pontos ganhos no segundo serviço (37%).

    Certamente afetado pela forma como concedeu o segundo set, o escocês sofreu o break logo de entrada e Novak Djokovic rapidamente se adiantou para 2-0. Provavelmente já com os olhos postos no seu 11.º título do Grand Slam, o sérvio descontraiu um pouco e foi Murray quem se voltou a colocar no encontro. A terceira e decisiva partida iria mesmo ser decidida num tie break. No tira teimas, Djokovic provou que é muito superior a Murray. O escocês cometeu, logo de entrada, uma dupla falta (pouco depois, fez a segunda) e estendeu a passadeira vermelha ao sérvio.

    Andy Murray
    Murray poderia, e deveria, ter feito mais frente a Djokovic
    Fonte: Facebook Oficial do Australian Open

    No que a esta final diz respeito, resta-me dizer que, caso Murray queira ter algumas hipótesses frente a Djokovic, terá de melhorar, e muito, a sua direita. Tal como Rafael Nadal quando defronta o sérvio, a direita paralela assume-se como essencial para desmantelar o jogo de Novak Djokovic. Foi uma final que ficou muito aquém daquilo que era esperado. O Australian Open está para Djokovic – o sérvio já leva seis títulos em solo australiano – como Rolland Garros está para Rafael Nadal (nove).

    Em suma, resta-me dizer que prevejo a continuação do reinado de Djokovic. Mesmo tendo noção de que no ténis tudo muda muito rapidamente, acredito que o sérvio possa, salvo alguma lesão, completar já este ano o Grand Slam de calendário (ganhar os quatro majors numa só temporada) e apontar depois aos 17 títulos de Roger Federer. Novak Djokovic caminha a passos largos para fazer ainda mais história e assume-se já como um dos melhores de sempre da história do ténis.

    Foto de Capa: Facebook Oficial do Australian Open

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    Duarte Pereira da Silva
    Do ciclismo ao futebol, passando pelo futsal ou o andebol, quase todos os desportos apaixonam o Duarte. Mas a sua especialidade é o ténis, modalidade que praticou durante 9 anos.                                                                                                                                                 O Duarte escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.