“Esta vitória é para os rapazes” foram as palavras de Roger Federer depois de conquistar o ponto que deu à Suíça a Taça Davis 2014. Mas o campeão suíço não dedicou apenas a vitória aos seus colegas de equipa: distribuiu por eles os mais de dois milhões de dólares em prémios monetários.
Se acho justo? Acho. Se era “obrigado” a fazê-lo? Não. Obviamente, Federer só pôde conquistar o título da Taça Davis graças ao esforço e ao sacrifício dos seus colegas de equipa, que ao longo dos últimos anos foram mantendo a selecção numa zona onde sonhar com o titulo era possível.
Stanislas Wawrinka, por exemplo, jogou todas as eliminatórias desde há sete anos e foi o verdadeiro obreiro desta vitória, conquistando no primeiro dia uma importante vitória inaugural que pôs os franceses em sentido.
E se este ano Federer “pegou” na equipa e levou a mesma ao título – no verdadeiro sentido da expressão chegar, ver e vencer -, caso não fossem os seus compatriotas, o ex-nº1 do mundo não poderia ter conquistado esta competição.
A distribuição monetária dos dois milhões e 500 mil dólares que lhe foram atribuidos devido à vitória é assim mais do que justa e merecida pelos seus colegas de equipa, mas é também um reconhecimento sincero e despretensioso de alguém que queria conquistar este troféu “de coração” e não por questões monetárias ou de ranking.
Roger Federer entrou desde há uns tempos para cá numa fase diferente da sua carreira. Uma fase onde se procura, ainda assim, manter o mais competitivo possível, mas sem uma focalização extrema no ranking ATP e nos títulos. O que o suíço quer por agora é sentir-se a jogar bem e a poder jogar de igual para igual com Djokovic, Nadal, Murray e outros.
Federer procura, depois da Taça Davis, uma caminhada tranquila até aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, onde perseguirá o único título que lhe falta: a medalha de ouro individual. E embora continue a procurar chegar às rondas finais e aos jogos decisivos dos Grand Slams e dos grandes eventos, a falta de pressão que ele próprio coloca em si facilita muito mais essa tarefa.
Não esqueçamos no meio disto que Roger Federer tem actualmente 33 anos e 17 títulos do Grand Slam no bolso e está a menos de dois mil pontos do primeiro lugar mundial (o que significa a conquista de um Grand Slam, por exemplo), tendo jogado este ano 17 eventos do circuito ATP, mais eliminatórias da Taça Davis.
Roger Federer parte assim para o ano de 2015 sem pressão e com a confiança em alta, disposto a lutar por se intrometer na luta entre os mais “novos” mas não esquecendo que a Suíça continua bem representada por Wawrinka no topo dos rankings mundiais.
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