Ainda não foi desta que João Sousa conseguiu o terceiro título de carreira a nível ATP. O português saiu derrotado da final do torneio de Auckland por Jack Sock com os parciais de 6-3, 5-7 e 6-3.
O vimaranense, que até esta final não tinha cedido qualquer set, voltou a tentar entrar dominador e a controlar os pontos logo desde a primeira pancada. No entanto, Jack Sock tinha exatamente os mesmos objetivos que o português: tirando partido do seu poderoso primeiro serviço e também da direita, o norte-americano soube sempre como comandar o encontro e, desta forma, retirar toda e qualquer iniciativa ao português.
No primeiro parcial, Sousa, que tinha vindo a apresentar altas percentagens de pontos ganhos com o primeiro e segundo serviço, conseguiu apenas 64% de sucesso com a primeira bola e 33% com a segunda. Se a estes números juntarmos o facto de a direita do português ter estado uns furos abaixo do que vinha sendo habitual, foi com alguma naturalidade que Sock venceu o primeiro set por 6-3.
Na segunda partida, e apesar de até ter sido o português a adiantar-se primeiro no marcador, a história parecia repetir-se. Mas, e com Sousa a apenas dois pontos da derrota, o encontro viria a mudar de destino. O conquistador, como é apelidado, elevou bastante o seu nível de seu jogo e assinou três jogos de forma consecutiva fechando o segundo set por 7-5.
No terceiro e decisivo parcial, o português continuou bastante forte e conseguiu mesmo realizar o break logo nos primeiros jogos do set. Contudo, Sock renasceu das cinzas e pareceu entrar em estado de graça. Costuma-se dizer que um jogador joga o que o outro deixa jogar e neste caso foi exatamente isso que aconteceu.
João Sousa perde, desta forma, mais uma final de um torneio ATP. Todavia, penso que não há motivos para preocupação, bem pelo contrário. Apesar de não ter conquistado o título, este foi, na minha opinião, o melhor João Sousa que tive oportunidade de ver jogar. A agressividade de fundo do court, o jogo de pés e, talvez o mais importante, a estabilidade mental foram algumas das áreas do jogo do português que mais me impressionaram.
Resta agora levantar a cabeça e continuar a trabalhar. Não tenho dúvidas de que, salvo alguma contrariedade, o terceiro e tão desejado título ATP acabará por acontecer já mesmo em 2017.
Termino dizendo, porque acho que nunca é demais reforçá-lo, é, de longe, o melhor português de todos os tempos.
Foto de capa: ASB Classic