A Doutrina de Ederson

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    Longe vão os tempos de Carlos Bossio. Antigo guarda-redes do Benfica e monte de esterco cujo adjectivo “mau” nem começava a descrever as qualidades que ele tinha enquanto dono da baliza encarnada. Seguiu-se Moreira, Quim, Moretto, pelo meio houve um tal de Rui Nereu, mais tarde Roberto e o seu negócio em expansão de frangos, Oblak, Júlio César e finalmente, Ederson.

    Nos últimos tempos, onde não vou incluir todos os nomes mencionados no primeiro parágrafo, o Benfica tem estado bem no que a guarda-redes diz respeito. Podia mencionar Artur Moraes, mas ainda me custa aquela final da Taça, em 2013, frente ao Vitória de Guimarães. Oblak ainda deixa saudades. Se na Luz atingiu um patamar de excelência, em Madrid, ao serviço do Atlético, não tem feito a coisa por menos e é dono da baliza da equipa de Simeone.

    Quando ele se foi embora a situação era mais ou menos a mesma quando comparada com a actual, quem é que o vai substituir? O problema é que a herança de Ederson é mais pesada do que a do esloveno. O brasileiro assumiu a titularidade em detrimento de uma lesão de Júlio César e logo num Sporting vs Benfica. Um derby que mais tarde viria a mudar o rumo do campeonato ao ser decisivo para a conquista do título. Quem também teve um papel decisivo foi Ederson, que ao segurar tudo e mais alguma coisa, excepção feita ao remate de Bryan Ruiz que mais tarde se veio a saber que mandou abaixo o telescópio Hubble, certificou-se que o golo de Mitroglou valia os 3 pontos.

    Ederson trocou o SL Benfica pelo Manchester City  Fonte: SL Benfica
    Ederson trocou o SL Benfica pelo Manchester City
    Fonte: SL Benfica

    Desde então foi Ederson até ao fim. Houve jogos para Júlio César, exemplo da Taça da Liga e algumas eliminatórias da Taça de Portugal, e tal como uma criança a quem é prometido pudim no final da refeição, Paulo Lopes teve direito a brilhar na última jornada do campeonato só para justificar o ordenado.

    O brasileiro foi-se embora. O mais certo é que seja ele o dono da baliza, mas agora no Manchester City. Não vou entrar muito a fundo nos valores do negócio, apenas dizer que pagar 40 milhões por um guarda-redes é muito, ao mesmo tmepo que não é nada para o projecto megalómano do City de Guardiola.

    Para já parecem estar duas hipóteses em cima da mesa. Na primeira opção está Júlio César. Ele continua no Benfica, conhece bem a equipa e o que o treinador pretende, tem 37 anos, o que para um guarda-redes ainda é uma idade a ter em conta para jogar futebol, e tem experiência. Não é, numa nota pessoal, o meu favorito, mas aceito-o como alternativa.

    Na opção B há André Moreira. Jovem formado no GD Ribeirão que aos 17 anos foi para o Atlético de Madrid para depois ser emprestado ao Moreirense, União da Madeira e Belenenses, voltando à capital espanhola para ser a terceira opção, atrás de Oblak e Moya.

    Ambos parecem-me, pela experiência, ser duas opções válidas para a baliza. Porém, só o tempo o dirá se vale a pena jogar com a prata da casa ou se devemos apostar noutro miúdo. Só mais uma coisa, visto que o Oblak foi emprestado ao Rio Ave antes de ir para a baliza do Benfica e que o Ederson foi a mesma coisa, quem é que os vila-condenses têm por lá que nós possamos levar?

    Foto de capa: SL Benfica

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    João Valente
    João Valentehttp://www.bolanarede.pt
    João Valente é um apaixonado pela arte do futebol. Nascido e criado durante boa parte do tempo em Lisboa, começou a seguir este desporto com uns tenros quatro anos e, desde então, tem sido um namoro interminável. É benfiquista de gema – mas não um que só vê Benfica à frente! É alguém que sabe ser justo quer o Benfica ganhe ou perca e que está cá para salientar os porquês, na sua opinião, dos resultados. Como adepto de futebol que é não segue só a atualidade do futebol português; faz questão também de acompanhar a par e passo o que de mais importante acontece nos principais campeonatos. A conjugar com o seu interesse pelo futebol, e pela malha, desporto que descobriu porque o seu avô era campeão lá na rua, veio a escrita, forma que encontra de expor os seus pensamentos na esperança de um dia se tornar num grande jornalista de desporto, algo que dificilmente acontecerá mas, tudo bem, ele um dia há-de perceber isso.                                                                                                                                                 O João escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.