A fundação (oficial) do anti-Benfica

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    Calculava que quando o Benfica despertasse, quando assumisse, finalmente, a sua posição natural, superior e hegemónica, no contexto do futebol português, fosse verdadeiramente difícil aos adversários reverter tal situação. No passado, a fase de domínio acentuado do FC Porto – a partir de meados da década de 1990 –, beneficiou, para além do mérito próprio (e de todos os outros factores largamente conhecidos), de um profundo adormecimento do Benfica, um autêntico processo de implosão, que o deixou, não apenas comatoso, mas mesmo à beira da extinção.

    Não fosse o peso histórico e social do Benfica – único no nosso país, e raríssimo no mundo inteiro – e talvez esta recuperação tivesse sido impossível. O despertar desse passado, ainda demasiado recente, indigno e sofrível, foi um processo moroso, feito de avanços e recuos e de altos e baixos; algo que nasceu fruto de um projecto sustentável, onde as coisas bem-feitas sempre se superiorizaram às más, e apenas possível graças a uma massa crítica imensa, capaz de garantir ao Benfica, como a mais nenhum outro clube português, apoio, influência e, fundamentalmente, receitas importantes e indispensáveis.

    O objectivo de Sporting e FC Porto é travar o voo triunfante da águia Fonte: SL Benfica
    O objectivo de Sporting e FC Porto é travar o voo triunfante da águia
    Fonte: SL Benfica

    O Benfica basta-se a si mesmo – foi assim que se fundou, cresceu e se reergueu da cova funda onde um dia o colocaram. Manter-se no topo, numa situação desportiva e financeira favorável em relação aos adversários, será, à partida, numa perspectiva meramente teórica, tarefa bem mais fácil. Ao afirmá-lo, não pressuponho, obviamente, que o Benfica, a partir deste ponto, vença sempre tudo e todos; creio, porém, ter conseguido dotar-se, neste preciso momento, das condições necessárias que confirmam a sua natureza congénita em Portugal: vencer mais vezes que todos os outros.

    Tal condição permite-me compreender mais facilmente a lógica inerente à publicada – e não pública (o que é muito diferente) – aliança entre Sporting e FC Porto. Este reatar de relações, as trocas de correspondência, os argumentos utilizados, os discursos sobre transparência e verdade desportiva, as fantasias quanto à contagem de campeonatos, tudo o que até aqui foi escrito e dito, de um e do outro lado, bem misturado e espremido, redunda, somente, num projecto conjunto com o objectivo de quebrar a actual hegemonia do Benfica, evitar as suas vitórias e a conquista do pentacampeonato; impedir, consequentemente, o acentuar mais profundo e prolongado de um fosso já existente entre o Benfica e a restante concorrência.

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    João Amaral Santos
    João Amaral Santoshttp://www.bolanarede.pt
    O João já nasceu apaixonado por desporto. Depois, veio a escrita – onde encontra o seu lugar feliz. Embora apaixonado por futebol, a natureza tosca dos seus pés cedo o convenceu a jogar ao teclado. Ex-jogador de andebol, é jornalista desde 2002 (de jornal e rádio) e adora (tentar) contar uma boa história envolvendo os verdadeiros protagonistas. Adora viajar, literatura e cinema. E anseia pelo regresso da Académica à 1.ª divisão..                                                                                                                                                 O João não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.