Benfica 3-0 Vit. Guimarães: Esta vai para os céus

    coraçãoencarnado

    O Rei dormirá descansado”. Coloquei as aspas nesta bela frase porque acabei de citar um amigo meu. Estas foram as palavras que o meu telemóvel recebeu após o apito final no jogo de hoje. Certamente que a “nossa” Pantera Negra terá o batimento cardíaco calmo e controlado, o coração encarnado e descansado, o pensamento leve e benfiquista, a alma segura e confiante… Assim até parece fácil! Seis vitórias consecutivas no campeonato. Seiscentos minutos sem sofrer golos. Melhor ataque (à condição, é certo) e melhor defesa do campeonato. Oitenta jornadas consecutivas a marcar. Mais quatro pontos que na época passada. Provavelmente a melhor primeira parte desta época. Já chega, estou a ir longe demais. Queria só provar que este Benfica está bem vivo e a liderança é mesmo para ficar.

    Vamos lá ao jogo então (peço desculpa este desabafo, mas um jogo de homenagem ao Eusébio só poderia dar nisto…). Benfica, Benfica e Benfica. Esta foi a única palavra que eu vi ser escrita hoje no Estádio da Luz – a equipa encarnada entrou em campo fortíssima, com uma oportunidade para Jonas logo no primeiro minuto. Depois disso, veio uma oportunidade de golo nos pés do nosso Messi (Gaitán, desculpem se vos ofendi com esta pura verdade). No minuto 13 apareceu o golo do imperador brasileiro (sim, o Jonas e o Júlio César partilham esse galardão). A seguir veio, novamente, o imperador Jonas fazer das suas – o homem não se cansa de marcar golos e desta vez cabeceou após desenho perfeito de Messi (quem mais?…). Aí vai mais uma assistência de Gaitán e outro golo do brasileiro. Este Jonas ainda vai acabar num Museu, faz tudo bem! Calma, dizem vocês. Mas este não era aquele Vitória fortíssimo, que tem feito um campeonato excepcional, ocupando o terceiro lugar? Pois é, esse era o Vitória de ontem, porque o de hoje não mostrou mesmo nada dessa equipa que tão bem nos tinha habituado – há que referir que jogar na Luz com este Benfica é missão impossível (o Benfica não perde em casa para o campeonato há mais de quarenta jogos). Os primeiros trinta minutos foram mais do mesmo, três bolas nos ferros, Benfica totalmente dominador, Gaitán a ser Messi e um Vitória inexistente. Depois disso, os encarnados diminuíram o ritmo (isto de jogar como nunca cansa!), levando ao crescimento da equipa vimaranense. Esta melhoria da qualidade futebolística do Vitória levou a uma excelente defesa de Júlio César, o imperador. O intervalo acabou por chegar naturalmente, com um Benfica avassalador e um Vitória tímido, com pouca velocidade (ao contrário do que costuma ser habitual) e um meio-campo preso.

    A segunda-parte começou mais equilibrada, com as duas equipas encaixadas uma na outra. Este “encaixe” foi sol de pouca dura, pois o Lima decidiu ser o Lima dos outros tempos, rasgando pela direita e oferecendo o golo a Ola John. 2-0. Lá ia este Benfica a caminho de mais um triunfo. A partir do minuto 60 o Vitória soltou-se e aos poucos foi tentando derrubar o imperador César. Essa missão não foi bem-sucedida, apesar de alguns remates e lances de bola parada. Um breve comentário para a entrada de Toto Salvio ao minuto 84, acabando por estar ligado ao carimbo final por parte do Messi da Luz, ou Nico Gaitán para os amigos. Lance muito bem construído por Samaris (excelente passe do grego), Lima e Salvio, acabando com o “simples” encostar de Nico. 3-0 e o resultado estava assim selado.

    Sem palavras Fonte: Facebook Oficial do Sport Lisboa e Benfica
    Sem palavras
    Fonte: Facebook Oficial do Sport Lisboa e Benfica

    Como notas finais, parece-me importante realçar as boas exibições de Júlio César, Jonas, Samaris e Ola John (porque não?!). Também a dupla Jardel-César se comportou à altura do momento, raramente cometendo erros (lembro-me de um erro do Jardel, mas pouco mais que isso). Bom regresso aos relvados de Eliseu, e aos poucos lá vamos vendo o Talisca como Jesus o quer. Salvio, sejas bem-vindo! Acabar esta sucessão de notas com mais uma palavra directa para Jesus – este Benfica respira trabalho por todos os lados, e os números que citei no primeiro parágrafo são, de facto, impressionantes.

    Assim como conclusão, deixem-me por favor voltar a realçar que este jogo é todo ele dedicado aos céus. A Eusébio, a Coluna e a todos os outros “monstros” que nos deixaram. Não vos quero ver mais a criticar exibições como as da semana passada, que, apesar de pouco ricas, nos dão três golos e três pontos! Chega disso. Chega de Liga dos Campeões, de Taça de Portugal e de Enzo. Os tempos mudam as vontades, e essas resumem-se agora ao bi-campeonato e à Taça da Liga. Um abraço para os céus e para todos vocês, os mortais.

    A Figura:

    Nico Messi Gaitán – O argentino foi completamente essencial nos três pontos de hoje, lembramo-nos em cada toque o porquê de amarmos este desporto. Um golo, uma assistência, uma bola na barra e tantos outros pormenores. Chega?! Agradeçam todos os dias termos este génio entre nós (eu já o fiz no ano passado em Turim, pois tive a oportunidade de conhecer o pai desta maravilha, agradecendo-lhe cerca de cem vezes o filho que criou).

    O Fora-de-Jogo:

    Vitória de Guimarães – A equipa vimaranense acabou por estar bem abaixo das expectativas, não sendo capaz de mostrar o futebol que nos tem habituado. Nomes como André André ou Hernâni passaram completamente ao lado do jogo.

    Fotografia de Capa: Facebook do Sport Lisboa e Benfica

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    Francisco Vinagre
    Francisco Vinagrehttp://www.bolanarede.pt
    O Francisco é um emigrante mas não é por isso que sente menos o seu Benfica. Contou-nos que só pára de gritar com as paredes do seu quarto madrileno quando as palavras chegam ao Estádio da Luz. Desde 1991 que o seu coração é encarnado, por fora e por dentro. Recusa-se a perder um jogo e sabe os números dos jogadores de trás para a frente! Só tem saudades do seu Eusébio e de vez em quando mete-se no avião para cheirar a relva da Luz.                                                                                                                                                 O Francisco não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.