Glamour do Mónaco sem a classe de Jonas = desperdício

    Terceiro Anel

    Próxima quarta-feira, 19 horas e 45 minutos, Mónaco vs Benfica no Estádio Louis II. E logo agora que o maior de Portugal vai ter uma partida no Principado monegasco, local tão glamoroso e repleto de fantasia, não poderá contar com Jonas, esse tal jogador que até agora tem demonstrado que merece ser vestido com um portentoso fato de gala. Se o internacional brasileiro pudesse alinhar, certamente que haveria uma classe extra no futebol do meu lindo Benfica, certamente que as suas características se adaptariam a toda aquela zona em que não há lugar para a pobreza.

    Mas vá, podem perguntar-me o porquê de já estar aqui a elogiar de uma forma incessante um atleta que chegou ao Benfica há pouco tempo, que estava desempregado, que acabou por viver uns últimos meses penosos no Valência, que nem nos poderá auxiliar nas competições europeias nos próximos tempos. E eis que a minha resposta é esta: sim, eu até me posso vir a enganar, mas duvido muito de que isso venha a acontecer. Normalmente um adepto de futebol tem olho para a coisa, e eu, que me considero sem rodeios como um doente mental benfiquista, afirmo quase de uma forma peremptória: Jonas tem classe nas chuteiras, tem requinte no pensamento, tem subtileza na corrida, tem sapiência no posicionamento em campo.

    E agora podem perguntar-me se eu me estou a basear apenas num “simples” hat-trick obtido na Covilhã. Não somente, não somente. É que não foram só os três golos, mas toda a exibição de Jonas no estádio serrano. E aquele segundo golo? Garanto-vos que grande parte de nós, cidadãos portugueses, não conseguiríamos, por muito que tentássemos, rematar daquela forma, sem deixar cair no relvado uma bola enviada ainda atrás do meio-campo, culminando o lance com uma fineza fantástica, plena de oportunidade. Ah, e também não me esqueço da exibição de Jonas frente ao Arouca, há três semanas, nos minutos em que esteve em campo. Jogou, fez jogar, movimentou-se, marcou um golo, começou a cair no goto dos adeptos (a prova é que estou aqui a dedicar-lhe um artigo).

    Até agora, Jonas tem sido sinónimo de eficácia a todos os níveis Fonte: globoesporte.com
    Até agora, Jonas tem sido sinónimo de eficácia a todos os níveis
    Fonte: globoesporte.com

    E daí a minha pessoa estar a lamentar-se perante a ausência deste avançado na partida no Mónaco, partida essa tão importante para este clube esplendoroso. Tenho mesmo a convicção de que um Jonas, a atravessar este momento de forma, seria um trunfo importante para Jorge Jesus. Mas atenção! Senhor JJ, eu não quero desculpas! Os habituais titulares tiveram direito a descanso prolongado (e não é que à conta disso um tal de Sporting da Covilhã nos ia tramando?), houve tempo para recuperar jogadores, houve tempo para preparar mentalmente a equipa. Somos melhores do que o Mónaco, é que nem duvido disso! E somos o Sport Lisboa e Benfica! Caramba, eu sei que não vamos vencer a Liga dos Campeões 2014/2015, mas temos de seguir para os oitavos-de-final. Pelo menos temos de lutar por isso, terminando o grupo com uma pontuação digna. Zero pontos em dois jogos? Mas nós somos quem? Uma equipa checa? Uma equipa moldava? Jorge Jesus, treinador que já nos deu muito, é tempo de cerrar fileiras. O senhor é um grande treinador, mas o seu discurso europeu não condiz com a sua gigantesca competência. Não vamos poupar ninguém, não vamos dar abébias, vamos jogar no Louis II, e não em Camp Nou ou no Santiago Bernabéu. Força, SLB! Eu ainda sou daqueles que acreditam em ti em matéria europeia.

    E quanto a ti, ilustre Jonas, faço-te um convite: acompanhas-me a um próximo baile de gala? É que tu tens muita, muita classe…

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    João Rodrigues
    João Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
    O João sabe todos os resultados do Benfica em jogos a contar para o campeonato português desde a temporada 1993/1994. Isto quer dizer alguma coisa, não quer?                                                                                                                                                 O João não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.