Decorria o ano de 2009 quando Clint Eastwood fez circular uma obra cinematográfica das que mais marcaria estes primeiros anos o tenro século XXI. Falo, claro está, de “Invictus”. O enredo anda à volta da extraordinária caminhada da seleção sul-africana de râguebi até à conquista do campeonato o mundo de 1995. Todos os dramas, os momentos de tensão, de alívio, a glória, o esforço, é melhor parar se não ainda pensam que estou a trabalhar numa campanha publicitária, mas vocês percebem. Aquele título foi importante para um país pós-Apartheid e ainda a sarar feridas. Os campeões, a África do Sul, não só deram um tão merecido e esperado título ao seu povo, como o fizeram, como diz o nome do filme, de forma invicta.
Ora, eu bem sei que, antes que comecem a barafustar, o Benfica já perdeu esta época, na maldita ida ao San Paolo, mas para o campeonato nacional, sim, eu acabei de, em termos comparativos, por o campeonato nacional e o campeonato do mundo na mesma balança e a pesar o mesmo, lidem com isso, o Benfica ainda não sabe o que é perder. Mais. Este Benfica, o de um tal com o nome de Rui Vitória, desde da fatídica noite em que perdeu por 0-3, em casa, diante do Sporting, nunca mais soube o que era perder para o campeonato. Aliás, na temporada passada, o ano em que Jorge Jesus festejou o vice-campeonato, em 70 jogos oficiais, somou 54 vitórias, que é como quem diz, venceu 77% dos jogos, com Champions e restantes taças incluídas, obteve 6 empates (9%), e ainda 10 derrotas (14%)
Se pensarmos que o registo acima apresentado ganhou forma a partir da jornada 8 e, que mais uma vez, o Benfica não perdeu mais nada em jogos nacionais, e que para esse momento de forma já contam os resultados da presente temporada, o Benfica de Vitória caminha a passos largos para fazer história.
Agora, calma, muita calma. Para chegar ao recorde de Hagan, que em 72/73 só perdeu os primeiros pontos à jornada 24, ainda falta muito e, pessoalmente, não me parece que o treinador do Benfica esteja a apontar para esse tipo de números. Se há coisa que Vitória é, é contido nas palavras e um confesso adepto do devagar, devagarinho, jogo após jogo. Até agora e, só para o campeonato, o Benfica venceu 9 dos 11 jogos realizados, tendo empatado os outros 2, um em casa frente ao Setúbal, outro diante do FC Porto no Dragão. Marcou por 26 vezes e sofreu 5 golos. Este Benfica vai de vento em polpa e com um ar ameaçador para todos os jogos, imparável mesmo, rumo aquilo que nós, os benfiquistas, mais queremos: o 36!