Júlio César e Jonas. Já ouviste falar, Dunga?

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    “Jonas e Júlio César nomeados para o prémio Samba de Ouro”. Dunga, leste isto? É com muito agrado que vejo que no Brasil olham para estes dois grandes jogadores como estando entre os melhores a actuar na Europa. Ao que parece, só mesmo Dunga é que não vê; Dunga e alguns benfiquistas, uma vez que parece que está a nascer um ridículo manifesto contra o Jonas. Não se devem lembrar do último grande jogador brasileiro que se foi embora e que também era fortemente criticado pela massa associativa.

    Para quem não sabe, o prémio Samba de Ouro premeia o melhor jogador brasileiro a actuar na Europa. As últimas edições foram ganhas por Neymar, Thiago Silva (3), Maicon, Luís Fabiano e Kaká. É uma honra, um apanágio para qualquer benfiquista, ver dois dos seus jogadores a integrarem uma lista onde constam grandes nomes do futebol mundial como Thiago Silva, Neymar, Willian ou Philipe Coutinho. Agora resta esperar que Dunga olhe para esta lista e deixe de ser Dunga! Como é que pode deixar que Jonas não integre a lista de convocados quando o Brasil, depois de ter perdido Diego Costa num bate-boca estúpido, não tem nenhum ponta-de-lança puro e goleador? Há jogadores que podem fazer essa posição? Sim, há. Mas toda e qualquer selecção precisa de uma referência lá à frente e a Jonas não faltam argumentos, sobretudo ganhos nesta última época, para se afirmar como esse avançado na frente de ataque. Sobre Júlio César a situação chega a ser ainda mais anedótica.

    Quando para o primeiro ainda me podem falar em colocar o Neymar a ponta-de-lança – algo de que eu não gosto porque perco o deleite de ver aquelas movimentações da linha para o centro da área acompanhadas por uma bela finta – nesta não há solução melhor. Vejamos os nomes que têm sido chamados : Marcelo Grohe, Jefferson, Cássio e Alisson Becker. Analisando a última época do Júlio César e esta primeira metade, quais destes guarda-redes se exibiram a um nível tão determinante como o ex-campeão europeu? Leia a lista, senhor Dunga.

    As críticas a Jonas são injustas. Oxalá que o brasileiro volte a marcar para calar os assobios. Fonte: Facebook oficial de Jonas Gonçalves
    As críticas a Jonas são injustas. Oxalá que o brasileiro volte a marcar para calar os assobios
    Fonte: Facebook oficial de Jonas Gonçalves

    Tanto um como outro são jogadores preponderantes no Benfica. Júlio César voltou a trazer segurança às redes encarnadas; a defesa deixou de estar constantemente preocupada com o que se passa nas suas costas como era no tempo de Artur. Já Jonas é um artilheiro, uma dinamite, tudo! Marca, dá a marcar, foi eleito o melhor jogador do campeonato na época transacta e por pouco não venceu a Bola de Prata. Sobre Jonas ainda há mais a dizer, especialmente sobre o actual momento de forma. É o melhor? Não, de longe. O Jonas não está a ter a prestação a que nos tem habituado, mas isso não merece nenhum dos comentários que lhe têm sido atirados. Eu não quero que ele saia do Benfica; é um excelente jogador e um trabalhador incansável!

    Lembram-se da última birra dos adeptos em relação a Lima? Não marcava golos? Não. Decresceu de forma desde que foi contratado até à última época? Sim. Mas era um elemento fulcral no onze do Benfica, era o que mais trabalhava para a equipa, e Jonas está ressentir-se de não ter um Lima ao lado. A meu ver Jimenéz poderá vir a desempenhar esse papel, mas ainda precisa de muita bola. Por isso, por favor, deixem-se de birras, senhores adeptos benfiquistas, e desfrutem do facto de terem um dos melhores jogadores do campeonato, um artilheiro nato, na vossa equipa. Longa vida a estes dois grandes brasileiros que tão bem representam, nos seus clubes, a magia que outrora foi a selecção canarinha.

    Foto de Capa: SL Benfica

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    Tomás Gomes
    Tomás Gomes
    O Tomás é sócio do Benfica desde os dois meses. Amante do desporto rei, o seu passatempo favorito é passar os domingos a beber imperial e a comer tremoços com o rabo enterrado no sofá enquanto vê Premier League.                                                                                                                                                 O Tomás escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.