Parece-me consensual, entre os eruditos do futebol, dizer que Pep Guardiola é um génio. O caminho para já traçado pelo catalão é o espelho disso mesmo. Começou nas camadas jovens do Barcelona, orientou o Barcelona B e em 2008 foi promovido à equipa principal da Catalunha. Lá cimentou o seu nome e legado. Venceu três campeonatos e duas Ligas dos Campeões. Após um ano sabático foi para a Alemanha orientar o colosso Bayern. O seu trabalho foi mais o que bom, contudo, insuficiente para os adeptos e dirigentes do clube. Faltou a Champions. Atualmente é treinador do Manchester City e a vida não lhe corre de feição. Ocupa o 3º lugar da Premier League em parceria com o Tottenham e a equipa não está a render o pretendido.
As coisas não podem correr sempre bem. A vida pura e simplesmente não funciona assim, mas Pep, mais do que um treinador, é um amante do futebol. Um astuto observador daquilo que as outras equipas fazem. Isto pode ser igualmente visto como um mecanismo de estudo e aprendizagem, com o objectivo de melhorar o que as suas equipas apresentam em campo e para que estejam mais bem preparadas para os adversários.
Recentemente, Guardiola mostrou isso mesmo. O treinador lanço um livro, “Pep Guardiola, La Metamorfosis”, escrito por Martí Perarnau. A obra é uma espécie de diálogo travado pelo técnico e pelo autor, onde o treinador fala das águias.
Para Guardiola, o Benfica é uma equipa de garra bem projectada em campo. O catalão tem conhecimento de causa para fazer esta afirmação. Basta para isso relembrar que no ano passado, defrontou os encarnados nos quartos-de-final da Liga dos Campeões numa das eliminatórias mais complicadas para os germânicos.
Mas não se ficou por aqui. Em análise, o mister do City disse: “É a melhor organização defensiva que há na Europa neste momento. Mas não é uma equipa defensiva, pelo contrário. Coloca a linha defensiva muito subida e pressiona sem parar. Não deixa espaço entre linhas, não cabe um cabelo entre as duas linhas mais recuadas” (fonte, Record)
Os elogios valem o que valem. Não conquistam trofeus nem vencem jogos. Na melhor das hipóteses são pequenas vitórias morais e um reconhecimento do bom trabalho que tem sido feito pela estrutura do Benfica e pela qualidade que o plantel, orientado por Rui Vitória, tem apresentado em campo.
Agora, tenho de fazer uma salvaguarda. Zelando pelo rendimento do clube, espero que isto não seja um piscar de olhos a Grimaldo.