O cérebro do Benfica

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    Tem-se vindo a assistir a abordagens ao mau momento do Benfica muito focadas na defesa, tornando-se esta, o bode expiatório dos problemas por que a equipa atravessa. Argumentos como as transferências de Ederson, Lindelof e Nélson Semedo e a falta de substitutos à altura para os lugares que ocupavam, a idade de Luisão e a escassez de ritmo do Jardel, têm muitas vezes sido debatidos e escrutinados por vários órgãos da comunicação social, mas será que é realmente a defesa o mal de todos os problemas?

    Paralelamente, também há quem olhe um pouco mais à frente e diga que os equilíbrios defensivos começam no ataque e têm por base o meio campo, é naquela zona que se geram as compensações, as entreajudas, digamos que é ali, no centro do terreno, que se encontra o cérebro tático da equipa e é ali também, que se tomam as grandes decisões do jogo, tanto defensivas quanto ofensivas.

    E a verdade é que neste momento, o Benfica tem um meio campo desorientado, sem ideias, confuso e sem rumo. Ora vejamos, o Pizzi está desinspirado, está perdido num túnel sem ver luz ao fundo desde Agosto, o Filipe Augusto, embora esforçado e batalhador, não perde o estigma de corpo estranho desta equipa e ele até tenta cumprir mas o problema está nos que o rodeiam se calhar, que quando ele joga parecem contaminados e deixam de saber o que fazer. Será da má ocupação dos espaços do camisola 6, que gera confusão nos posicionamentos de Fejsa e Pizzi? Pode ser uma ideia a explorar. E, finalmente, o Fejsa, apesar de nunca fazer jogos maus, o seu rendimento este ano está muito aquém do esperado e daquilo que a equipa precisa dele: menos desarmes, mais faltas, muito menos eficaz que nos anos anteriores. Para além de que tem acumulado funções a nível ofensivo devido ao desnorte de Pizzi.

    Passará o futuro do meio campo do Benfica pelos jovens? Fonte: SL Benfica
    Passará o futuro do meio campo do Benfica pelos jovens?
    Fonte: SL Benfica

    Mas vamos às soluções para estes problemas, podem ser várias, por exemplo, a solução de Rui Vitória de colocar sangue novo em algumas posições, para mostrar claramente que não há lugares cativos, pode ser uma alternativa a este meio campo se apostar em Chrien Martin ou Keaton Parks, que têm feito boas exibições na equipa B, ou mesmo encontrar soluções no plantel principal, como colocar o Krovinovic no lugar de Pizzi ou substituir o Filipe Augusto por Samaris, parecem-me muito melhores soluções do que continuar a insistir em dois jogadores que não rendem – Pizzi e Filipe Augusto – e dar oportunidade a outros jogadores que, aparentemente, neste momento, estão em melhores condições.

    Um meio campo com Fejsa, Samaris e Krovinovic, pode bem ser uma solução para os desequilíbrios defensivos e a falta de inspiração ofensiva. Nestes momentos conturbados, não há nada melhor que mudar, mudar e dar continuidade e confiança a essa mudança, caso contrário, invés de uma solução, agravam se os problemas.

    Acho ainda que Rui Vitória podia ser um pouco mais arrojado e até com uma pitada de loucura, adaptar Douglas. Já todos percebemos que não rende a lateral direito, porque simplesmente não sabe defender, mas tem revelado que ataca bem e não cruza nada mal. Se calhar seria de apostar nele como extremo, mas eu ainda sugeria algo mais, adaptar o Douglas como médio interior, uma transformação semelhante à de Enzo Pérez, lembram-se? Quem sabe não está aqui uma outra solução a Pizzi, ainda agora em Manchester o vimos muitas vezes nesta zona.

    Ficam as sugestões e a minha vontade de que algo mude e para melhor. Carrega, Benfica!

     Foto de Capa: SL Benfica

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    Patrícia Ribeiro Fernandes
    Patrícia Ribeiro Fernandeshttp://www.bolanarede.pt
    Desde que se conhece que a Patrícia gosta de bola e chegou mesmo a jogar, mas a vida seguiu por outros rumos. Como mulher de paixões que é, encontra no Benfica a maior de todas e é a escrever que se sente em casa.                                                                                                                                                 A Patrícia escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.