Esta semana há festim do bom lá para os lados do Porto. Consta, no calendário da Liga Portuguesa, que Benfica e FC Porto vão discutir a liderança do campeonato. Isto, se não der empate e o Sporting saltar lá para a frente, mas isso já são consta para daqui a uma semana.
Falar de jogos entre estes dois é debater história. Salta à vista a inconsistência do Benfica para ganhar jogos no estádio do Dragão e o azar, também do Benfica, para ganhar jogos em casa aos portistas.
Feitas as contas podíamos arrumar a crónica desta semana por aqui e esperar, ou melhor, rezar para que Jonas, ou Jiménez, ou Seferovic encarnassem a pele de Lima, em 2014, ou de Nuno Gomes, em 2006, em mais uma rara vitória do Benfica no Porto por 0-2.
Porém, a minha missão desta semana é falar-vos do clássico que mais me marcou. Sem dúvida nenhuma que os 0-5 na era de Jesus e de David Luiz a lateral-esquerdo foram dos mais marcantes. Ou o ano em que o Kelvin decidiu dar o campeonato ao Porto quando o empate entregava o título ao Benfica. Todos nos lembramos de Jesus a ajoelhar-se e de Vítor Pereira a fazer a minimaratona em círculo, mais tarde vingada por Eliseu em cima de uma acelera.
Estes jogos são feitos de momentos marcantes como os que referi. Tinha muito mais sentido recordar um clássico jogado no Dragão visto que o desta sexta-feira será lá disputado. Contudo, o jogo que mais me marcou entre estes dois foi disputado na Luz.
No dia 2 de Março de 2012, pelas 20:15, foi dado o pontapé de saída num Benfica vs Porto, apitado por Pedro Proença. Vítor Pereira era o treinador dos dragões e Jesus ainda orientava as águias.
A coisa começou logo mal quando Hulk, aos 7 minutos, decidiu espetar uma buja de ângulo apertado na baliza de Artur Moraes. 0-1 Para o Porto, mais do mesmo. O Benfica reagiu e foi para cima de um Porto que tinha Maicon, peça importante desta crónica, e Rolando na defesa. Sim, esse Rolando que hoje anda por Marselha a treinar, jogar e fazer serviço comunitário com argelinos.
Uma defesa frágil para uma equipa que tinha James, Hulk e Moutinho na parte mais adiantada do campo. Maxi ainda era nosso, Javi Garcia jogava a médio-defensivo e era o fio condutor entre a defesa, ao encargo de Luisão e Garay com um menino a quem o Benfica tinha prometido ajudar num acordo com a Cercica chamado Emerson, e o ataque.
Engraçada a história de Emerson. Fez uma época inteira a lateral-esquerdo e foi, no melhor dos elogios, horrível. Quando jogou a central, em Stanford Bridge, para os quartos-de-final da Liga dos Campeões, fez o jogo da vida dele e foi o mais próximo que o Brasil teve de ter um Maldini.