O fim de um sonho

    nascidonafarmaciafranco

    Chamem-me lunático, digam-me que não vejo o mesmo futebol que vocês, mas eu tinha um sonho: ver o Benfica a jogar a final da Liga dos Campeões este ano em casa, no Estádio da Luz. 10 pontos não chegaram para continuar a sonhar, e lá vamos de novo para a cada vez mais banalizada Liga Europa.

    A jornada europeia começou em casa. Djuricic abriu cedo o marcador e o Benfica conseguiu, frente ao Anderlecht, entrar com o pé direito na liga milionária. Da Grécia, também o Paris Saint-Germain trouxe três pontos. Os então primeiros do grupo viriam a defrontar-se, duas semanas mais tarde, no Parque dos Príncipes: um sufoco. Em 30 minutos a equipa parisiense marcou três golos a um Benfica descaracterizado, completamente impotente. Era a prática a comprovar o que a teoria previa como sendo o jogo mais difícil para os encarnados na fase de grupos.

    Seguiram-se dois embates com o Olympiacos. Foi aqui que perdemos o acesso aos oitavos-de-final da prova. Em Lisboa, o relvado da Luz deu lugar a um pântano. Tínhamos obrigação de ganhar em casa: teríamos ainda de fazer duas deslocações e de receber o Paris Saint-Germain. Apesar de tudo, o empate não foi um mau resultado, tendo em conta as condições em que se praticou a modalidade. Seria agora importantíssimo não perder em Atenas, o que não aconteceu.

    No temeroso Georgios Karaiskakis o Benfica fez uma grande exibição, que foi anulada pelo ex-guarda-redes dos encarnados. Roberto foi a figura do jogo, negando sete golos a um Benfica ofensivo e com fome de marcar. Depois da Grécia, a última deslocação do Benfica nesta fase de grupos seria a Bruxelas, de onde trouxe uma vitória sofrida contra o Anderlecht. Adiando tudo para a última jornada e a depender do resultado do Olympiacos, o Benfica garantiu, ainda assim, a presença na Liga Europa, na pior das hipóteses.

    Capa d’A Bola no dia seguinte ao Olympiacos x Benfica
    A Bola no dia seguinte ao Olympiacos x Benfica

    Com a passagem do Benfica aos oitavos-de-final a jogar-se em dois estádios ao mesmo tempo, o Benfica só ganhou num. Quatro dias depois de um empate em casa com o Arouca, numa exibição medíocre por parte dos encarnados, eis que, no mesmo palco, o Benfica ganha a uma das melhores equipas da Europa com um futebol completamente diferente do apresentado quatro dias antes.

    Com os mesmos 10 pontos que o Benfica, o Olympiacos segue com o Paris Saint-Germain para a próxima fase da Liga dos Campeões e os encarnados rumam de novo à Liga Europa. À semelhança do que aconteceu no ano passado, o Benfica perdeu precisamente contra quem não podia ter perdido (falo do jogo na Rússia frente ao Spartak de Moscovo) e as duas equipas que seguem em frente não são as mais fortes dos grupos – não o era o Celtic e não o é o Olympiacos.

    O Benfica foi, no ano passado, a Amesterdão fazer jus ao nome que carrega pela Europa fora. Este ano tinha a oportunidade de o fazer em casa, mas tal não vai acontecer. No ano passado, quando o Benfica perdeu frente ao Braga na Taça da Liga, escrevi numa rede social: “Está com medo de jogar em quatro competições, deixe o lugar para quem não tenha, senhor Jesus”. Este ano, acabado que está o sonho europeu, em consonância com a quadra em que nos encontramos e dirigindo-me também a(o menino) Jesus, tenho apenas um desejo para o final da época: o campeonato.

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