Esta pequena prosa narra a história de um jovem belga que corre o risco de ser o futuro guarda-redes titular do Benfica, se o tal grego do qual se falou há um mês não chegar. Aliás, será só estranho ter um grego a guardar a mesma baliza na qual fomos fornicados enquanto país, precisamente, pelos gregos. Continuando.
Svilar é uma das mais recentes jovens promessas. Chegou ao futebol profissional em 2014 através das camadas sub-17 do Anderlecht. Fez toda a formação no clube belga e deu nas vistas na Youth Champions League do ano passado. Depois de ter sido uma revelação o Benfica achou que o devia contratar para ter uma terceira opção para a baliza.
Tudo parecia encaminhado para que Svilar fosse titular naqueles jogos mais calmos, como os da Taça da Liga e os da Taça de Portugal, mas acontece que o destino não o quis.
Bruno Varela começou a titular mas depois ficou com medo de um livre do Fábio Espinho, do Boavista, e custar mais três pontos ao Benfica. Depois seguiu-se o Imperador, Júlio César. O brasileiro transmitia mais calma e tinha mais experiência do que o ex sadino, mas como a idade é daquelas coisas que não perdoa, voltou a ressentir-se de uma lesão e dá mais trabalho ao departamento médico do Benfica do que o Seferovic dá a uma defesa adversária.
Tendo em conta as opções sobrou o pequeno Svilar. Calhou ele ter duas semanas para se preparar para o jogo frente à Olhanense e ajudou ser a Olhanense e não o Marítimo ou o Paços de Ferreira. A verdade é que o miúdo correspondeu às expectativas e apesar de um jogo onde a defesa encarnada não teve muito trabalho ainda existiram um conjunto de defesas que sobressaíram.
A questão agora prende-se com, será Svilar capaz de segurar a baliza? Não é a primeira vez que um treinador do Benfica tem de recorrer a uma terceira opção mais jovem. Em 2006, Ronald Koeman teve de fazer o mesmo e também na fase de grupos da Liga dos Campeões. Na altura Quim e Moretto estavam indisponíveis e apesar de Moreira estar no banco e ainda uns tais de Ricardo Janota e Bruno Costa constarem nos quadros da equipa, o holandês optou por Rui Nereu.
Nereu esteve à altura do desafio nos dois jogos contra o Villareal e no duelo contra o Lille. Curiosamente, nesse mesmo ano, o Manchester United, então orientado pelo lendário Alex Fergunson, era adversário do Benfica na fase de grupos da prova milionária. O Benfica conseguiu passar em segundo lugar atrás dos espanhóis e eliminar os ingleses com uma vitória em casa por 2-1. (Louvados sejam o Beto e o Giovanni)
Svilar tem pela frente uma tarefa semelhante à de Nereu. O jovem guarda-redes português acabou por não dar continuidade à titularidade com o regresso de Moretto às redes, mas Svilar pode ter a tarefa mais facilitada nesse aspecto.
Como já foi dito os níveis de confiança em relação a Bruno Varela estão em baixo e Júlio César tem problemas musculares constantemente. Mesmo com a chegada de Vlachodimos à Luz, Svilar tem dois meses e meio para provar que pode ser um Ederson 2.0.
Alguém que inesperadamente assume as rédeas e mostrar estar ali para dar o corpo às balas, transmitindo segurança e estabilidade para o resto da equipa. Ah! É verdade, não falei do Paulo Lopes porque na realidade todos nós sabemos que ele não conta.
Foto de Capa: SL Benfica