Pragmatismo para a glória

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    Numa altura em que se vive um clima de euforia e entusiasmo no universo benfiquista, disputam-se a cada três dias duelos decisivos e de extrema importância para o clube encarnado. Depois da conquista do campeonato nacional, o Benfica ainda pode juntar mais três títulos ao seu recheado palmarés e culminar uma época perfeita.

    Para quem duvidava do poder da equipa do Benfica, os resultados alcançados na semana passada apenas serviram para provar a indubitável capacidade do plantel encarnado, que se mostra mais do que preparado para atingir o total sucesso esta temporada. Assim, com o título nacional no bolso, o lugar marcado no Jamor e em boa posição para a alcançar a final da Liga Europa, as águias discutem amanhã a presença em mais uma final de uma competição, a Taça da Liga.

    Olhando, de forma pragmática, para o panorama actual do clube, é indiscutível que a Taça da Liga é a prova menos prestigiada das três que a equipa ainda pode vencer e, por isso, é expectável que Jorge Jesus opte por fazer descansar alguns jogadores mais preponderantes no plantel para o jogo de quinta-feira, com a Juventus. Essa partida em Turim é, neste momento, a mais importante da época encarnada, na qual os atletas devem estar na plenitude das suas capacidades para derrotar um adversário temível, mas não superior, como é a Vecchia Signora.

    Porém, antes do jogo da época, há um clássico para disputar amanhã no Estádio do Dragão. O adversário é um dos maiores rivais do Benfica, o tal que se transcende sempre que defronta o maior de Portugal. O F.C. Porto está a fazer uma das piores épocas da sua história, mas isso não é um indicador claro de maiores facilidades para os encarnados na partida de amanhã. Por ser o único titulo que os dragões ainda podem conquistar, a meia-final de amanhã será encarada como uma final para uma equipa que tenta minimamente salvar uma desastrosa temporada.

    Com estas referências à vitalidade do jogo de amanhã para o F.C. Porto (quem diria!?), quero ressalvar que, apesar de se tratar de uma prova menor, o jogo de amanhã é um clássico do futebol português, onde se disputa um lugar numa final. Estes dois factores terão forçosamente de pesar nos jogadores encarnados que entrarem amanhã no relvado. Esses tais não serão, com certeza, os mesmos craques que brilharam no domingo com o Olhanense ou na quinta-feira com a Juventus, mas irão envergar o manto sagrado e a qualidade do onze escolhido por Jesus para o jogo de amanhã não ficará a dever nada ao do F.C. Porto, seja ele qual for. Talvez esteja a ser excessivamente entusiasta, mas estou certo de que jogadores como Sulejmani, Djuricic, Cavaleiro ou Cardozo são capazes de criar perigo em vários momentos do jogo.

     Sulejmani e Djuricic deverão ser titulares no clássico de amanhã frente ao F.C. Porto Fonte: ZeroZero
    Sulejmani e Djuricic deverão ser titulares no clássico de amanhã frente ao F.C. Porto
    Fonte: ZeroZero

    Olhando para a gestão que tem vindo a ser feita pelo treinador do Benfica, parece-me que o ataque à final da Taça da Liga será processado numa óptica calculista, baseada numa gestão centrada no jogo de quinta-feira, mas sem descurar totalmente a possibilidade de derrotar, mais uma vez, o F.C. Porto. Deste modo, para além das alterações expectáveis na baliza e na frente de ataque, não espero uma revolução na defesa e meio-campo defensivo. Se Jardel e Steven Vitória podem ocupar os lugares no eixo na defesa, também não afasto a ideia – para mim a mais acertada- de Garay jogar ao lado do central brasileiro, colocando André Almeida e Maxi nas laterais. André Gomes, que não poderá jogar em Turim, será certamente aposta para o meio-campo e pode muito bem ter a companhia de Ruben Amorim no centro do terreno. A frente de ataque, como já referi anteriormente neste texto, deverá ser (bem) entregue a Sulejmani, Cavaleiro, Djuricic e Cardozo.

    Este poderá ser o onze escalonado por Jorge Jesus para o clássico de amanhã e, mesmo sem ser um dado oficial, estou convicto de que estes homens estão em perfeitas condições para carimbarem mais uma noite gloriosa para as águias. Estas segundas linhas são de luxo e a confiança que paira nas hostes encarnadas poderá ser imperial no desenrolar da partida.

    Os dados para o penúltimo clássico da época, entre águias e dragões, estão lançados, e resta saber qual o desfecho de mais um duelo que reunirá os melhores clubes portugueses dos últimos anos, em posições muito distintas. No entanto, em hora de clássico pouco contam as estatísticas e os momentos das equipas; é preciso encarar este jogo com a máxima seriedade e com a ambição de alcançar mais uma final e continuar o percurso imaculado desta temporada.

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    João Pedro Óca
    João Pedro Ócahttp://www.bolanarede.pt
    O João Pedro Óca é um alentejano a fazer o gosta mais em Lisboa: jornalismo, sobretudo desportivo, na TVI e na CNN Portugal. Além disso, ainda dá uma perninha como narrador na Eleven.