Quando o coração ganha…

    coraçãoencarnado

    Hoje é dia de “Coração Encarnado”. E não só. É Sábado. É véspera de clássico. Tudo isto junto dá-me vontade de me fechar num casulo e contar os minutos para a entrada em campo dos nossos rapazes. Esta noite dormi mal, juro. Pensei na equipa que vai jogar. O onze inicial, a atitude do Jesus. Tudo isso me invade o pensamento. O Sport Lisboa e Benfica é grande demais, merecia todas as noites da minha vida passadas em branco. A pensar na instituição, nos golos, nos títulos… Hoje é o dia para isto. Falar do coração, mesmo que venha sem sentido. O coração não pensa, não processa, não tem raciocínio lógico. Ainda bem! Se tivesse não te amava tanto. Se tivesse não passaria duas noites seguidas a pensar em ti. Se tivesse não ia a Lisboa de rompante só para te ver. Se tivesse não chorava quando ganhas. Se tivesse trocava um jogo teu por tudo o resto. Se tivesse neste momento nem perdia tempo a escrever sobre ti. Se tivesse não vestia o teu manto sagrado só para me sentir mais próximo. Obrigado coração, por seres mais forte que o cérebro, não sei o que seria de nós se assim não fosse. Corações Encarnados, não se esqueçam de agradecer todos os dias o facto de o nosso coração não ser racional…

    Hoje é mesmo assim. Não quero saber. Já tenho arrepios pelo corpo todo, dava a minha vida para entrar amanhã em campo com vocês. Acredito tanto que nem imaginam.

    Que domingo festejemos assim... Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica
    Que domingo festejemos assim…
    Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica

    Este clássico com o Porto é sempre especial. Mas depois da época passada ainda mais. Porquê? Porque me faz lembrar o Rei Eusébio. Arrepios outra vez… Será repetitivo dizer que no Domingo é para ganhar? Será repetitivo dizer que chega de ter medo de “lá” ir? Será demais dizer que estou farto de ver a nossa identidade perdida sempre que “lá” jogamos?! Acho que não, pois isso é tudo o que peço para amanhã. Quero a minha equipa habitual, os rapazes que estou habituado a ver, sem receio. Quero ouvir os gritos do balneário aqui em Madrid. Quero chorar com vocês no fim do jogo, com os três pontos no bolso. Quero-me sentir mais líder, alargar o meu sorriso. Não aceito que não me dêem tudo amanhã. Quero o vosso coração numa bandeja. Vou-vos dar duas noites, um fim-de-semana com a cabeça nos vossos pés, mesmo estando carregado de exames para a semana. Não quero saber! Vocês são muito mais do que isso. Mostrem-me porquê. A mim e aos outros que vivem como eu. Isto hoje é mesmo assim. Façam-me sentir mais perto do meu país, quero que as saudades apertem ainda mais. Somos líderes. Campeões em título. Querem mais? Tenho pena de não vos acompanhar nessa viagem ao Norte, no entanto já me encarreguei de enviar alguns discípulos, que gritarão por mim. Tirem-me horas de sono. Tirem-me dias e mais dias a pensar em vocês. Tirem-me bocados de unhas. Tirem-me dinheiro da carteira para vos acompanhar a todo o lado. Tirem-me pedaços do cérebro por ser irracional. Tirem-me isso tudo, mas não me tirem a alegria de vos ver jogar. Raça, Querer e Ambição. Esse é o trabalho de casa para amanhã, rapazes. Hoje é mesmo assim, o coração venceu o cérebro…

    No seguimento de uma entrevista do mago Aimar, deixo essas palavras: “Joguem com orgulho, honrem o símbolo que representam, absorvam o ambiente de paixão que vos chega das bancadas. O resto é atitude e talento.” Não me parece que haja muito mais a dizer. Amanhã não é dia de muita coisa. É dia de clássico.

    - Advertisement -

    Subscreve!

    Artigos Populares

    Francisco Vinagre
    Francisco Vinagrehttp://www.bolanarede.pt
    O Francisco é um emigrante mas não é por isso que sente menos o seu Benfica. Contou-nos que só pára de gritar com as paredes do seu quarto madrileno quando as palavras chegam ao Estádio da Luz. Desde 1991 que o seu coração é encarnado, por fora e por dentro. Recusa-se a perder um jogo e sabe os números dos jogadores de trás para a frente! Só tem saudades do seu Eusébio e de vez em quando mete-se no avião para cheirar a relva da Luz.                                                                                                                                                 O Francisco não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.