Antes de mais, devo dizer que gosto pouco de falar deste tipo de “jogadas de bastidores”, mas existem coisas no universo benfiquista às quais não consigo ficar indiferente.
Ora, como é que eu hei-de explicar isto? Vejamos: imaginem que vocês são patrões de uma empresa qualquer e que a uma certa altura um certo funcionário com um bom cargo e bem remunerado sai da empresa, sendo a saída por mútuo acordo. E que uns tempos depois, esse ex-funcionário vos enxovalha a torto e a direito em plena praça pública. Achariam isso bonito?
Pois, foi o que aconteceu esta semana quando o ex-vice-presidente do Sport Lisboa e Benfica esta semana escreveu um texto num blog, onde enxovalhou colegas com quem conviveu de forma praticamente diária durante sete anos. Desde presidente, vice-presidentes, Rui Costa, Luís Bernardo, Jorge Mendes, SAD, jogadores… Apenas Rui Vitória escapou à sua ira.
Primeiro que tudo, quero esclarecer também que aquilo que eu critico não é o facto de ele ter ou não ter razão, mas sim a postura, o timing e a forma como este se dirigiu aos seus antigos colegas, com quem certamente, terá partilhado muitas ideias e projectos no clube, mostrando assim um péssimo profissionalismo.
Enquanto sócio e adepto do Sport Lisboa e Benfica, é mais que óbvio que ele tem direito a tecer a sua opinião. No entanto, Rui Gomes da Silva, fez muito mais que isso. Numa altura em que Nuno Saraiva e Francisco Marques andavam muito sossegados, o ex-vice-presidente encarnado fez questão de mostrar que havia gente entre os “nossos” que se encarregava de fazer o trabalho sujo por eles.
Nunca fui grande fã do estilo populista de Rui Gomes da Silva, que a meu entender, é pouco compatível com a postura discreta do clube, uma postura de muito trabalho e pouca conversa. E na segunda-feira utilizou esse estilo contra aquele que lhe deu de comer durante sete anos.
Para mim, uma coisa é dar uma opinião. Outra coisa é atacar o seu clube e/ou quem quer que o represente como forma de auto-promoção. Nenhum benfiquista está satisfeito com a fase que a equipa atravessa, mas também há-que separar o trigo do joio. E como tal, não me meto a enxovalhar profissionais que tantas alegrias nos deram num passado recente. Uma coisa é ser exigente, outra é ser incendiário.
Quanto à equipa, resta ela fazer aquilo que tem feito tantas vezes nos últimos dois anos: unir-se com este tipo de ataques e tornar-se mais forte e com mais atitude para dar a volta por cima a esta fase, em vez de tentar dividir a nação benfiquista com estas atitudes.
Foto de Capa: SL Benfica