Queria mesmo… Mas não consigo

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    Honestamente quis a conquista deste título de campeão nacional para poder responder à letra a todos os impropérios, dislates e disparates que li contra o meu clube. Queria percorrer uma a uma todas as conversas de Facebook ou bate-boca de café para esfregar três dedos na cara desse pessoal. Queria reler os disparates na caixa de comentários dos textos que deixo no nosso site/Facebook e responder-lhes com o mesmo tom. Com má educação e medieval sentido argumentativo. Mas não consigo…

    Durante os últimos meses quis saborear este título. Porque os nossos homens mereciam, pois sofreram como poucos. Aguentaram os insultos de gente demente e cega, constantemente! Os nossos adeptos foram alvo de vilipêndio semelhante. Enquanto bandalhos de TV inventavam e insinuavam no campo desportivo (claro, sem a coragem de provar nada), adeptos instigavam um ambiente de ódio, com mais insinuações e provocações constantes. Como gente de coragem que são, implicaram com um puto de 18 anos e repetiam a sua própria ignorância à exaustão, ao falarem de portas 18… E eu só quis vencer este título para poder responder com três singelos dedos levantados.

    Mas hoje, com mais um título no bornal, não consigo fazer isso… Seria descer a um nível similar. Incapaz de reconhecer mérito a quem também o teve nas quatro linhas, refugiar-me-ia apenas no insulto. Tenho de ser diferente. Acima disso tudo. Não me contagiar por gente assim. E por estranho que pareça, faço-o sem esforço! E não me custou, nem um bocadinho, momentos depois do apito final da Liga em dar os parabéns aos jogadores do Sporting. Porque só um clube me preocupa: o meu…

    A festa benfiquista do tricampeonato Fonte: SL Benfica
    A festa benfiquista do tricampeonato
    Fonte: SL Benfica

    Como ficaria preocupado se num clube que apregoou modéstia e humildade a tónica dominante tenha sido o do ataque cobarde. E se o líder desses ataques faltasse a um jantar de um grupo tão “unido e merecedor de ser campeão”? Isso sim, deixar-me-ia apreensivo… O mesmo líder, rodeado de capangas de ocasião, que foi provocar adeptos do meu clube a um restaurante de fast food… Isso sim, é de homem. Ao nível de todos aqueles que usaram a baixaria para dialogar sobre o Sport Lisboa e Benfica, atrás de um teclado. Por esses quis mesmo ser campeão; só para lhes dar troco. O devido. Mas hoje, com quase o dobro dos títulos de campeão nacional, não consigo… Nem quero. Não sou dessa massa. Não somos. E viu-se nos festejos…

    O Sporting comportou-se como um vilão de um mau filme de Hollywood dos anos 80. Enquanto teve o herói preso não foi capaz de sentenciar o seu destino. Não nos conseguiu “matar”. Preferiu a bazófia cobarde. Preferiu humilhar-nos. Explicar-nos o seu plano… E lá está, quem já viu esses filmes, sabe o que acontece: o herói liberta-se. E o Benfica libertou-se. E perante a bazófia, a humilhação, libertou-se em fúria e a tempo de se salvar; salvar o dia e de dar ao vilão aquilo que ele merece. E assim como um herói não sujeita um vilão a humilhações, também não consigo ser vil como o foram comigo, com os demais adeptos e o Benfica….

    Honestamente, perante o ror de disparates que li ao longo do ano, vindo de gente que vive para o ódio – frustrados que são na vida ou pela pura inveja de ver o sucesso que lhes é sempre alheio – apeteceu-me repetir-lhes o mesmo tipo de argumentação. Mas não consigo… Não merecem mais que um silencioso desprezo e um sorriso de campeão. Ao fim ao cabo, queria ser como vocês. Mas não consigo. E ainda bem…

    Foto de capa: SL Benfica

    Artigo revisto por: Bárbara Mota

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    John Aguiar
    John Aguiarhttp://www.bolanarede.pt
    Apaixonado pelo Benfica desde que se conhece, descobriu a paixão pelos encarnados ao ir pela mão do pai ver os jogos na sede social da terrinha. Desde cedo habituou-se a ler A Bola em formato gigante e coleccionava anualmente os Cadernos do dito jornal. Desde 1993 que não falha um…                                                                                                                                                 O John não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.